Um dia sem você

Por Cristyam Otaviano - setembro 25, 2021

Chego em casa e não tem tu, não tem teu cheiro, não tem teu carinho. Só o silêncio que ficou quando tu se pôs a sumir. Nessas horas nem a lua ousa aparecer. É só estática, radiação de fundo, mas não é tu.

Bêbado, de tanto rodar, tonto de tanto me perguntar coisas que nunca saberei sobre o que se tratam. É só silêncio. Estamos em 2008, e ainda falamos de músicas antigas, de amores passados, estamos em 3ª pessoa, mas nada de você. Você sumiu ou eu que não consigo te achar em mim?

É frio? Ainda haverá amor para nós dois quando você voltar? Perdoa minha embriaguez. Onde eu andasse se via que tinha ecos dentro de mim. Vazios gritaram de uma só vez, e eu me pus a pensar sobre a vida.

Não teve bom dia na cama, resposta quando eu disse que te amava, ou troca de voo. Esse texto nasce na esperança de que uma calma nasça no peito, que se vê na chance de uma tempestade. Eu ainda posso te amar pela eternidade?

Amanhã você vai aparecer? A eternidade ainda vai valer quando o tempo resolver deixar de existir? Onde você anda? O que está acontecendo? É sábado e Saturno não apareceu no mapa.

Hoje acordei e não tinha você. É difícil ser eu, ser só eu. Tem muito silêncio aqui, talvez eu esteja desacostumado. Dormi pela maior parte do caminho, estamos no rumo certo? Porque a música parou? Ainda sou eu aqui sentado nesse banco?

Lavo, bebo, faço, grito e nada de ti. Chego, banho, como e só o silêncio me aparece. Choro, imploro, em espírito de oração por ti. Só tem ausência, só tem eu. É a liberdade de ser só. O sol que me perdoe minha embriaguez, a chuva que caia e me leve, por que eu nem sei mais de mim.

Um dia incrível, lindo me ver vivo, os céus testemunharam um novo tempo nascer, estranhos me viram tropeçar nos meus próprios pés, até o tempo quis parar por nós dois.

Choro, por coisas que nem sei bem o que são, pelo silêncio que não entendo, pela ausência que eu preciso viver, pela saudade que grita dentro do meu peito, do medo que me assusta. Pela falta que tu faz. Por que aqui nessa cama apertada, num quarto imenso, vazio, escuro, eu termino num dia sem você.





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