Cuidado menino

Por Cristyam Otaviano - setembro 11, 2021

As coisas não conseguem ser como antes, meu texto está perdido, eu não.

Ando provando da sorte, de novos sabores, principalmente da vida e caralho... como é bom. De sorriso na cara, saio, usando uma roupa qualquer, roubarei dos homens seus mais belos momentos. Será eu ali, dançando, acabando o mundo.

Bêbado de tanto rir, tonto de tanto rodar, alegre de poder virar um copo qualquer com a bebida mais forte. Onde fui parar? Não sei. Ando repetindo as coisas na esperança de que sejam todas iguais. Num balcão qualquer de um bar, sou eu ali. Tentando entender como as coisas estão, mergulhando no passado em busca do que afundou quando me pus a sobreviver. 

Me sinto estranho, algo não esta mais aqui. O que fizeram comigo nos sonhos? O amanha nasceu diferente, o sol está brilhando lá fora. Quando partiremos? Sobreviveremos aos dias?



Conheço bem os teus caminhos. Esconde tua verdade, seria triste te ver vestindo ela. De madrugada alguém invade teu quarto, de quatro, de mansinho, te invade e te faz lembrar de mim. Não sou eu.

No carro tu foge pela rua, buscando um lugar meio a noite. Me atropela em silêncio. Sou a satisfação da descoberta, de um novo bar, do mistério dos dias, de quando a chuva vai cair, de quando posso sair na rua, do que é estranho.

É estranho, não sinto mais. Tu não cabe mais na minha intensidade. Aconteceu. O mundo em algum lugar estremeceu. Existem palavras que aprendi a usar... Quem sobreviverá quando eu me puser a falar?

Hoje tive medo por ti. O futuro não será o mesmo, escuta bem, os pássaros se puseram a cantar. Um verbo novo, alguém, viu, saiu, acordou, vestiu, aprendeu. É estranho porque não dói, não machuca, não faz falta.

Meu, só eu, é um. Como parar? Não dá, já acabou, não esperava. Finalmente encontrei um lugar, aprendi como colocar as palavras. Farei coisas que nunca fiz, tenha a certeza. Ah! Cuidado menino, eu deixei de te amar.

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