Ali

Por Cristyam Otaviano - setembro 04, 2021

Os papeis amontoavam-se na bolsa, confundidos com verdades que já valeram alguma coisa. Houve um tempo em que minha vida esteve escancarada, liberdade a verdades que de tão alheias chegavam a ser coletivas.

Voltamos, estamos no caminho, refazendo nossos passos. Má, triste e louco e tudo mais que se conseguir imaginar, posso ser tudo o que você quiser, só tenha medo quando eu não for mais nada. Poderei não te amar mais.

Uma vida abafada vivendo numa bolsa pequena, silencio para ouvir as verdades manifestarem-se no movimento dos membros, submissos falarão em intimidade.

Cuidado, pois sinto que estou deixando de te amar, e poderá não ter mais volta. Não me sorria, não me olhe, pois eu sou a fúria dos dias que virão. Te cuida menino.

O único som que ouço, mora dentro da minha cabeça vazia, é minha voz, em eco, fazendo ressonância dentro de mim. A chuva já passou, e agora? Se não me falha a pouca memória, estou de consciência limpa, há de ser Amarelo meu pensar.

Há de ter nós no que me vem a mente, é delicado, por isso não toque. Estive lá para poder ver, em verdade.

Pontes serão queimadas. Homens? Ali os homens, serão esquecidos do outro lado do mundo criado por eles, serão a própria sorte, serão partes de um passados esquecidos. Numa beira de estrada qualquer, num café que nunca esfria, na tinta que logo seca, no toque da caneta, invadindo a privacidade do papel e no silencio na boca de um escritor qualquer, a vida, amarela, olhou o mundo pela primeira vez, foi ali.



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