Deixar

Por Cristyam Otaviano - janeiro 13, 2018

Ultimamente tenho travado uma busca silenciosa para entender como a coisa toda chegou ate aqui,  cientista buscando explicações para tudo. Ainda aceitando, busco entender tudo isso, aquela teimosia. A mesma teimosia que começou tudo agora se faz presente no fim, como quem quer me dizer "tá vendo eu disse pra não ir"

Eu precisava de mil motivos para ir, mas tinha um único específico para ficar. A conexão estabelecida aos poucos nas curtas trocas de olhares, foi deixando aquela incerteza mais certa. Só que hoje mais certo é que não possuo um único motivo específico para ficar, mas sim vários motivos para ir, pois, antes de tudo, sou livre.


A liberdade tem seu preço, escolher o não, é renunciar o sim. Os rascunhos deixam claro a preocupação com todos ao quais sou ligado, família, amigo ou um amor.  A vida ora pode ser maravilhosa, ora pode te tornar um louco que sai pelas ruas em busca de algo, que nem consegue descobrir o que é, mas que falta algo e o que temos não é suficiente.

Não existe zona de conforto. Existem limites, marcas, apagadas pela inconstância da vida, o ir e vir de cada dia. Aventuras, cicatrizes, florestas ou mesmo lapsos de liberdade. Quando? A data da alforria está circulada no calendário com um pincel preto. Aí já não haverá âncoras. O leão estará livre.

Dor. É como pago pela liberdade. Parcelas de sentimento que aumentam em progressão geométrica, me fazem refletir todos os dias sobre a importância das pessoas na nossa vida. Do quão valioso são os momentos com elas.


Silencio, é essencial. Saber a hora certa de contar será um desafio. O sofrimento será evidente. O garoto corajoso, forte e louco, então se mostrará com medo dos desafios, fraco por estar livre nesse mundo que acredita que o pertence, e que pensou muito e sabiamente em desvendá-lo.

Recomeçar do zero uma vida nova. Parece um desafio. Uma cidade inteira para desbravar, pessoas para descobrir e que podem dar vida a inúmeras possibilidades. Chega a dar medo, mas faz também os olhos brilharem  frente ao desafio. O que é preciso para se fazer novo? Preciso descobrir o que deixar.


Deixar o cabelo crescer, cada coisa no seu lugar, ele ir, a vida levar. A inércia faz isso, te leva ou te deixa. Sentir saudades, deixar pessoas, coisas para trás. Te carrego comigo na mão direita, de mim, deixo pedaços por aí, resta a ti, descobrir por onde fiquei. Carrego os momentos que nunca foram registrados, os céus estrelados, cada por do sol assistido, cada aventura que levei solitário pelas ruas da cidade, as pessoas conhecidas, as flores de primaveras, balas de uma coragem, penas amarelas.

Deixa o sol se por para então a lua cheia brilhar. Permita que a dor seja sentida  Leve um pouco de tudo que foi bom, se algo de contrário for de intruso, que seja para dar força quando as coisas desandarem.. O que pesar, abandone, tudo que incomodar, esqueça, deixe. 

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