Até meia noite

Por Cristyam Otaviano - janeiro 09, 2018

Este texto é um relato de um sobrevivente.

Tudo parecia um dia normal, correria sem fim, mas a regra era que tudo se danasse. A música precisou ser alta para abafar os pensamentos de tentativas passadas do amor. Se doer então que a dor seja provocada ao máximo, até parar de ser sentida. O café precisa ser forte e hoje tem que fazer calor, as coisas molhadas na sombra precisam ser secas. Mas esse dia não foi bem o que eu esperei.



O sol brilhava lá em cima, o céu estava lindo. Tudo ia dar certo, e realmente estava dando, quando eis que as coisas começaram a me provar, de todas as formas possíveis desafiando todas as hipóteses e leis já existentes. Eu tinha um trabalho para aprontar até as 16hrs, e mais duas provas, para as quais eu nem havia estudado tanto, só por isso já estava bem aflito.

O tempo parecia que andava mais depressa, em seguida meu corpo, especificamente a barriga, começou a testar minha resistência, me senti numa verdadeira prova do Big Brother Brasil, onde eu precisava ganhar a liderança naquela vez. E o tempo caminhando cada vez mais depressa. A paciência começou a ficar escassa e rara de encontrar.

Era eu contra tudo e contra eu mesmo. A angústia e o desespero gritava dentro de mim, e eu falava só na esperança de acalmar meu "eu" desesperado interior. Para a prova que estava por vim, a de Cálculo. Que fez muitos ficar a plenos nervos, mas eu fiquei sussa, porque a enlouquecido eu já estava. Então era só calma na alma que ia dar tudo certo.

E deu certo, soube permanecer firme e forte quando tinha vários motivos para ter ataques súbitos de pânico ou mesmo de desistir daquele dia. Não pirei e nem mesmo desisti, aguentei até o fim daquele dia, eu precisava sobreviver até a próxima hora e assim por diante. Só precisava ficar vivo até amanhã.

Ainda que tudo aconteça para te derrubar, que o tempo passe mais rápido. Que seu estômago decida parar de funcionar normalmente quando não é uma hora boa e que você tenha duas provas (mega importante) um trabalho para aprontar até o fim da tarde, mantenha a cabeça onde ela deve estar, até que as coisas acabem e então o sino toque, porque, por hoje, eu só preciso sobreviver até meia-noite.

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