Me lembro de cada beijo, cada jura, os momentos, lembro de tudo. Não cheguei aqui a toa muito menos por acaso. Meu viver não tem espaço para o acaso. A caminhada foi longa e vai seguir em frente, e se eu olhar para trás, não é para ver o que deixei, mas para ver o que tudo que passei até chegar aqui.

Cheguei, isso que importa. Muitos ficaram no caminho, outros mal chegaram a dele fazer parte, mas lembro. Até mesmo daqueles que não existiram, e pago o preço por isso. Estou onde devia estar, e tudo me trouxe até aqui, não foi nada obra do acaso. Cada coisa teve seu propósito e chegou no tempo certo.

O defeito que sustenta meu prédio. As estrelas me ouviam, e de lá me deram uma resposta, na dúvida devo seguir o sol e chegar no meu amanha, só preciso viver um dia de cada vez, e assim sobreviver vivendo. Há motivos que fazem a vida, só ela em si, já ser mais que o suficiente. Isso existiu em toda nossa história.

O passado foi feito por mim, e é obra acabada. O futuro posso escolher a cada dia, sei disso, e luto para permanecer vivo a cada amanhecer. (Leia: Azul) Passou e lembro que sim, o coração chega ate a lembrar, ainda bem que passou. Resultado do que um dia foi movimento, fui, sou e serei inerte na inércia da vida. 

Meio as lembranças, ao caminhar, ao "só" da vida, o que veio e o que se foi, me sinto completo, assim mesmo. Com a ausência de peso, estou voando, mas ainda sim sinto o chão. Lembro de quando a  vida passou por mim, leve, mas não por acaso. (Leia: Leve)

Posso cair em mim, posso ate mesmo fugir de órbita, mas no fim das contas sei que sou eu ali, perdido em meio a poeira ou mesmo por entre as ruas escuras da cidade. Sozinho meio a multidão, ou me fazendo silêncio e calmaria meio a cidade. Posso andar muito por aí, no fim de tudo sempre me lembro o que me criou e para onde vou. Porque aquilo tudo que você me disse fez eco no vazio de mim, e sei bem que isso irá me esquecer de quem sou.