Novo Eu

Por Cristyam Otaviano - março 14, 2019

É tempo de dizer adeus a quem já não somos mais.

Deu saudade, de quando podia viver da minha solidão. Não haviam cobranças, era eu, por eu mesmo, sem obrigações, um sistema ideal, sem interferências externas. Mas sabemos bem que a idealidade só existe na teoria, porque na prática é bem diferente.

Sempre humano, nunca perfeito, errar alega minha humanidade. O sofrimento prova minha vida, estou vivo sim, não é sonho, é realidade, bem que gostaria nessa hora de estar sozinho. Na solidão mais insuspeita, num momento só para mim. Viver de mim, para mim. Egoísmo não, sede de amor próprio. Pensando bem, eu sinto saudades é de mim.


Sentar no balcão de um bar, num dia qualquer da semana, tomar quantas precisar para que me encha com alguma coisa. Sinto muito, o pouco de mim que sobrou basta para me manter vivo, e não quero dividir com mais ninguém. É meu, o resto de mim, sou eu.

Estou zerando a vida, me esvaziando de mim, para que então me refaça do nada, essa será minha próxima luta. E é só minha. O sistema é muito sensível, qualquer mínima perturbação e as coisas se dão quase num efeito dominó.

Tempo e espaço, com o tempo voltará ao normal. Sinto dizer, mas não sei quando, muito menos como, só sei que certo dia terei a certeza de quem dança ali, meio a multidão, aos ventos que trazem as notícias do mar, será eu. Só preciso de mim agora, ainda que eu não exista mais.



A mais pura solidão, mais insuspeita, o momento me pertencerá, buscarei ser alguém meio a tudo. Vivendo da mais insuspeita solidão, buscando ouvir os ecos em mim, provando da eternidade de amores que já tiveram seu fim. Tentando entender a minha ultima parte, mesmo que seja preciso destruí-la, será assim que descobrirei meu novo eu.


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