O Último Dia

Por Cristyam Otaviano - dezembro 24, 2018

Mais um dia no paraíso, por último a casa. Você aqui, comigo, o "nós dois" não importa mais agora, mão tem relevância, é segunda, a vida veio e bateu forte, sei o caminho de casa. Não preciso te dar aliança, não preciso mais te dizer o que sinto, não há  presente, não há foto, não há nada que roube isso de mim, é meu e está agora  em mim, o melhor presente de todos, momentos.

Sou pequeno, novo, tenho muito que aprender, precisa ter paciência, é difícil, espero que entenda.
Numa segunda, assim, a vida ficou leve, eu só soube agora, por isso caio em mim, o amor tem dessas, te leva lá em cima, mas não te oferece paraquedas. Tudo é confuso, a incerteza do futuro assombra, eu quero ir, mas você ainda estará aqui quando eu voltar? Só preciso esperar até o carnaval, até lá a vida poderá de tudo, eu posso te esperar, eu vou te esperar.

A terra te sustenta, o ar te alimenta, mas só eu, água, te controlo, posso te ver queimar o mundo ao teu redor, te ver consumir toda vida que possa existir, mas eu sou teu controle. Posso te afogar em mim, quando você precisar, basta me deixar ser.

Assim fui feito. Parece que bagunçar as coisas é exatamente o que se fazer agora, e depois colocar tudo no lugar. Estou do avesso, me afogando em mim, feliz, somente por estar vivo, pronto para algo que eu nem sei bem o que é.

Obrigado por tudo, por me trazer, por bagunçar ainda mais as coisas, por me mostrar meu avesso, fazer o errado ser algo relativo, por afogar-se em mim.

Por que era exatamente isso que eu precisava.


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