Grito

Por Cristyam Otaviano - dezembro 24, 2018

De todos os silêncios, o pior de todos e quando calamos nossas vozes interiores.
Hoje o amor acordou em silêncio, sem saber o que dizer, sem poder gritar um nome. Nem se sabe o que sente, o amor não volta para casa e hoje, vai viver por aí. Encontrar sua voz.

De perto, parece silêncio, mas não se engane, o caos existe sim. Grita, mas nada se ouve, é grito de pensamento, ecoa na cabeça e nem ousa sair pela boca, tem nome, tem aniversário, tem história. Mas de nada adianta ser personagem de uma drama que nunca se conheceu.

Dói, porque se grita mais alto que pode, e que não se assuste os homens quando eu gritar, sou humano, retrocedido na evolução das coisas. Compreendido de si. Sabido que há tempo para tudo no tempo da vida.

Espera que uma hora chega. A dor de gritar no vazio por fim passa daí seu nome será levado pelo vento para bem longe, é verdade, do começo ao fim, tudo. A eternidade poderá ser consumida por nós. Deslocamos a ordem das coisas. Porque juntos somos mais que um só, podemos incendiar o mundo se quisermos.



Grito por ti, mesmo meio a dor, te amo e sabes disso. Não me esqueça. No meu mais limpo silêncio, escute seu nome pelo meu olhar. Sinta o meu sabor pelo teu toque. Queima meu eu. Derrube muros. Prove de distâncias que jamais existiram, estou aqui e pode vim quando quiser.

Até que se haja vida, que meu ar não acabe, que minha voz não me ache, eu serei eu dentro de mim mesmo. Quando criatura ouvir algum grito que escapar daqui, quando um nome for ouvido meio a arranha-céus talvez eu me cale, não por me cansar, mas por saber que você me ouviu.

De tantos nomes que se fala por aí, o único que faz barulho, meio a multidão, é o seu.

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