Rita

Por Cristyam Otaviano - setembro 08, 2018

Se me perguntassem de onde eu vim, eu digo que sou neto de Rita.

A mãe do meu pai, a mulher que, por muito tempo, cuidou da família com carinho. Fazendo o que pôde e o que não pôde por aqueles a quem queria muito bem. A mesma Rita que mora ali, na casa 661. Mãe do Valdemar Júnior, da Vera, da Vanda e de mais um bocado de filho que o tempo tratou de cuidar.

Mas o que é ser avó? Não é ser o tempo que passou, histórias pra contar e filhos e netos. É saber ser o conselho, ser porto seguro de um barco que vive de tempestades, é ser mãe todo tempo, o tempo todo. É ser a aflição de um filho doente, a alegria de um neto formado e a saudade de um amor que se foi. Seja amor de pai, amor de um esposo que sempre esteve indo e vindo por entre as estradas por aí para cuidar de tudo que se criou, mas que o tempo levou, e nem deu pra dizer um último adeus.




Hoje olha por nós, e se alegra por estarmos aqui. Rio de Janeiro, Fortaleza, Guaraciaba do Norte e Santo Reis, sendo um só. Que bom seria se estivesse aqui, mas está, vivo em cada um de nós. Feliz, alegre, contente... Seja do jeito que for. Ver os filhos, criados, os netos enormes de grandes, que um dia forma bebês que segurou em seus no braço.

Ser vó é ser mãe duas vezes, o dobro, é o dengo que só vó tem. A comida que nunca se fica igual, a casa que sempre fica pequena pra tanta saudade. Uma mesa que fica cheia de sorriso em meia a tanta folia e festa. Uma alegria que a deixa a gente morto de satisfação, um amor que nunca acaba mais.

Minha irmã, se você não é vó. Você não sabe o que tá perdendo. Deixa a gente morta de contente.

Por isso ame como se não se houvesse mais tempo para amar. Ame hoje, agora, aqui. Porque o sol poderá nunca mais poderá nascer. Dê flores aos vivos, ainda é tempo, amanhã poderá ser muito tarde.

Somos um só e isso quer dizer família. Daí estamos todos nós aqui, hoje, agora! Eu sou eu e você é você, porque um dia uma mulher existiu. Primeiro Maria, a mãe de todas as mães, e veio você. Hoje é bisavô, eu acho, mas um dia foi menina, daí foi moça, mulher e mãe.

Trouxe o tempo aos dias de hoje e levará pelo quando puder, porque você é Gomes, você é de Paiva, Otaviano e antes disso, você foi, é e será Rita.

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