(In)Substituível

Por Cristyam Otaviano - dezembro 02, 2017

Você (não) é tão importante (as)sim.

Betty, saiba que você é única na minha vida. Há vazios na vida que jamais serão ocupados, enquanto há outros que permanecem numa eterna mudança. Existem lugares que jamais visitaremos, estivemos lá uma vez, quando éramos um só e hoje há uma floresta aqui.

Nossos heróis, aqueles que assistiram nossas mil historias, que enxugaram nossas lágrimas, jamais serão substituídos. Certos personagens de nossas histórias sempre são os mesmos, seus nomes, suas feições, seus sorrisos, sua coragem e suas chatices.


Esteja, seja e exista. Não é porque é inverno que a primavera não pode chegar. Invernos, por mais longos que sejam, não duram para sempre. Faça vazio ao sair e que ninguém o ocupe jamais, aí sua presença não terá sido em vão. Não faça volume, faça verdade. Não ocupe seus vazios com mentiras. Deixe algo de bom quando passar, esqueça de si, faça eco no vazio das pessoas.

Traz a primavera. Os maiores desertos tornam-se as mais belas florestas, que suportam as mais valentes tempestades. Seja a lembrança que não se apaga com o tempo, a data que é lembrada, um ponto extremo de sistema real. Releve o comum.

Observe e faça melhor, caso contrario, será sempre o mesmo, fazendo as mesmas coisas. Não seja só mais um, isso é chato, cansa, seja único, faça, diga, seja, exista de forma inesperada. Seja morada, mas também faça morada em alguém, a ordem das coisas, muda completamente o resultado aqui.

Seu lugar ainda está aqui, não ousa ninguém ocupa-lo, nossa história é desconhecida, mas ela existe e mudou tudo aqui. Quem já viveu primaveras, não se contenta com qualquer amorzinho de merda. Ser substituível não se trata de ser trocado, de quantos vieram depois de você, se trata do tamanho do vazio que você deixou.

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