Me Formei!

Por Cristyam Otaviano - novembro 26, 2016

Até que fim hein Cris.
Sim, até que fim eu me formei, e pense na luta viu!
Essa lenda toda começou lá em 2012, quando eu ainda cursava meu primeiro ano do ensino médio, e que não parecia tão antiga até eu fazer esse post, então senta que lá vem a história. O Campus que eu estudava tinha sido inaugurado há pouco tempo (2010) e eu por ter feito um curso profissionalizante de Petróleo e Gás, estava bastante interessado nessa área de petróleo, combustível e afins, e também tinha acabado de descobrir minha paixão por química.


Unindo o útil ao agradável eu soube da oferta do curso pelo IFCE, que inclusive era um técnico, e que hoje foi instinto pela instituição, passando a ser um curso integral, aqueles que é junto ao ensino regular, nos somos uma raça extinta do Campus Caucaia (Falou, Valeu). Só que havia um porem, para poder me matricular eu precisava ter concluído o primeiro ano do médio, o que não era um problemão já que eu estava cursando o ano letivo e mais pra lá que pra cá de terminar.

Perto do fim do ano de 2012, inclusive um ano de Bienal Do Livro, o edital do exame de seleção abriu, e a prova seria no começo de janeiro de 2013. No fim do ano letivo eu havia passado por media, coisa que deixava meus amigos com ódio de mim, porque eu era bem bagunceiro e zoeiro, o que não mudou até hoje né. Resumindo, eu tinha Dezembro e o final de Novembro para me preparar para a prova, reuni livros e mais livros, e no fim de Novembro eu comecei a estudar, de veras.

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Eu fazia resumos e mais resumos, estudei historia, biologia, geografia, física, química, matemática, geometria e tudo mais que cairia na tenebrosa prova, dormia as 4 da manha estudando, e assim a coisa ia dia após dia, eram resumos, documentários, livros, videoaulas, jornais e tudo que eu pudesse eu pegava para estudar. A mesa ficava com pilhas e pilhas de livros. E isso foi até o comecinho de Janeiro, e eu não me arrependo de ter passado Dezembro inteiro em casa, literalmente, comendo livro e estudando, sem sair nem para poder passar.

Chegada a prova eu estava bem tranquilo, tinha estudado, já havia feito provas e mais provas, não fiquei nervoso nem nada e meti as cara. O mais engraçado foi que eu me preparei par a redação e estudei diversos temas mirabolantes, sendo que nessa época foi aquele BUM todo por conta da seca, que acontecia no sertão, e com isso eu imaginando um tema bem mais difíceis, cai extremamente o óbvio, a seca no sertão, coisa que e era tão óbvia que eu nem cogitei que fosse cair. Feita a prova toda, quando chegou a hora de marcar o gabarito, eu errei uma questão, que havia feito mas não tinha certeza e no fim fui dar aquela ultima olhada e achei a resposta e de tão alegre que fiquei marquei errado no papel. Cuidado com a burra!

O tempo passou, e veio ano letivo de 2013, mais ou menos em Fevereiro saia o resultado da prova, e no dia eu fiquei bastante nervoso até hoje lembro e quando eu no fim da tarde, no meu curso de inglês, consegui ver o resultado, o celular reiniciou, inesperadamente. Então vou eu tentar ver tudo de novo, e quando por fim consegui ver, eu tinha sido desclassificado. Sim e adivinhem, estava em 32 de 30 que passariam para a segunda fase, a da correção da redação e dos 30 seriam 10 selecionados para a primeira chamada, creio que se não tivesse errado a bendita questão no gabarito teria passado. Resumindo eu não tinha passado.

Mas o que não mata fortalece, não era o primeiro não que eu recebia, e eu esperei até abrir o edital de 2013.2 o que vinha no meio do ano, pra esse eu não estudei tanto, ainda estava com tudo fresquinho na minha cabeça, e foi mais ou menos em Agosto a prova. O resultado saiu nas ferias e quando eu vi lá dizia aprovado e com uma nota bem alta. Eu tava dentro! 


Matriculado, as aulas começaram no segundo semestre do ano. A rotina foi bastante puxada confesso, mas eu adorava aquela correria e loucura toda. Eu saia de um estado de depressão, que nada tinha a ver com a reprovação, para em fim começar um curso técnico. Acordava as 6:00 ia para escola, ficava até as 12:00, ali mesmo almoçava, e desabava pro IFCE de Caucaia, onde tinha aula até as 17:00 e em alguns dias terminava mais cedo e de lá voltava para Fortaleza, para o curso de Inglês e só então umas 18 horas chegava em casa. Isso durou um semestre, todos dias da semana, carregando bolsa pesada, livro e tudo mais. Chegava dias que eu não me aguentava de dor nas costas por conta do peso da bolsa, mas eu estava tão alegre de estar estudando ali, e tão feliz com nova rotina que eu aguentava tudo de boa.



Ainda lembro dos professores, do cansaço todo que eu sentia, de como era bom chegar em casa depois de ficar 12 horas correndo pra pegar ônibus, das provas que eu ia fazer e de como eu dormia nas aulas, por não me aguentar de tão cansado que eu estava. Eu deixei a escola bem de lado nessa época, mas ainda sim consegui passar por media. Chegava o fim do Segundo Ano, do Primeiro Semestre e de 2013, agora era o Terceirão, e veio a saga.

O ano seria integral na escola, mas eu estava no IFCE e teria que ver isso direitinho. Resumindo, não tinha possibilidade de eu continuar no técnico e na Escola que estava, ou sairia da escola e continuava no Instituto ou ficava na escola e trancava a matricula. Acabou que eu decidi, quase involuntariamente, por trancar a matricula, e continuar na escola. O ano todo de 2014 a matricula ficou trancada enquanto eu ficava na escola o dia todo. Eu estava revoltadíssimo, porque a escola era muito chata e tinha muitas coisas sem sentido, e eu julgava aquilo como um atraso na minha vida, e as vezes ainda julgo ahhahaha.

 

Terminou 2014 e eu subitamente enlouqueci, desde o fim do ano até o inicio das aulas eu estava passando por outra depressão, mas bem diferente da anterior, que chegou a precisar de remédios, o que não vem ao caso. As aulas retornaram e eu pude reabrir a matricula e tinha sido aprovado em Química na UFC, resumindo, estudei por três semestres, um ano e meio, nos dois cursos. Que de certa forma conversavam entre si. E assim foi semestre por semestre, S2, S3 e enfim S4. E claro sem esquecer da greve que atrasou nosso curso em um semestre, se não estava já eu formado. Bem lindo.

Muita gente veio, outras foram, alguns desistiram do curso e semestre a semestre eu via a turma diminuir. Turma essa que me recebeu muito bem, o doido de cabelo roxo que sentava lá atrás e passava a aula toda bagunçando. Foram muitas praticas, visitas, provas e mais provas, chegava épocas que eu fazia 5 provas em 2 dias e outras que eu só descansava e porque não dava mais tempo de estudar, seminários e relatórios.

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O ultimo semestre por fim acabou, passado em tudo, e quase formado sem ir pra nenhuma AF (como chamamos a recuperação). Fazem dois meses que as atividades se encerraram e eu já sinto falta da rotina de estudos, das aulas de aprender, do pessoal. Mas a vida ensina que se terminou, foi porque um dia teve início. Cada um dos formandos conta a sua versão da historia toda, eu conto essa lenda quase. Que começou em 2012 e terminou só agora em 2016, plenamente.

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Vocês viram aí né. Teve trancamento de matricula, greve, erro de gabarito, foi toda uma saga. Hoje estou eu aqui, no meu estagio, que é preciso para receber o diploma, a dois dias da nossa Cerimônia de Conclusão de Curso sem saber de certo descrever como eu me sinto. Passar pelo que eu passei e ter sofrido o que eu sofri, superar coisas que eu jurei por ser meu ultimato, me deixa feliz de uma forma que eu nem consigo explicar.  Ah e nem falei mas a Cerimônia, caiu exatamente no dia do meu aniversario de 20 Anos, rico e bem novinho. 

E veio o fim.
Sou muito grato a todo mundo que me ajudou, direta ou indiretamente, aos meus pais por terem me ajudado, ainda que não sejam muito presentes, aos meus amigos, tanto da escola como do IFCE em si, seja da minha turma antiga ou da turma nova, aos meus professores que me ensinaram coisa incríveis e que eu faço questão de sair espalhando por aí e acima de tudo ao cara mais TOP que existe, a Deus, que mesmo lá de cima me ajudou e ainda ajuda de uma forma que eu me deixa sem acreditar, que certas coisas acontecem, e que vai continuar me ajudando por que a vida pode até ser curta, mas a gente faz dela uma coisa grande. E me diz que essa historia toda, não acaba no ponto final...

Negocio de foto sério.

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