A vontade

Por Cristyam Otaviano - outubro 01, 2019

Num quarto de forma estranha tu foi minha vontade. A maior fraqueza que eu já tive, tu, em verdade me deixando te provar, da forma que eu sei melhor, por cima. É azul, a cor mais quente. Até que horas temos para nos amar?

Os dias estão todos aqui comigo. Meus piores truques eu te guardei, e acredite, eu serei tua pior perdição. Teu corpo é a gloria da minha espera, premio do sacrifício, não te pertence mais. Pouco a pouco eu te ensino o que sei, provarei do meu próprio desejo.

Quero te ver em brasa, porque tu é fogo. A liberdade de me mergulhar em ti e te sufocar no meu querer é enlouquecedora. Meu medo é tua coragem e minha coragem teu medo. Fogo e água. Medo e coragem, provando um do outro.



Universos se conhecendo, num espaço finito, num tempo pre determinado, contidos pelo desconhecido que corre nas veias. E eu fui, procurando teu eu. Esquecido de mim, me atirei em corpo e alma. Tu me é fácil, te tenho nas minhas mãos.

Num corpo sem controle eu guio o ritmo da dança, encaixa, aperta, me olha, confia e vai. Atravessa a cidade, rasga os ares, esquece tuas histórias e assiste de camarote o show. Não tenho hora pra acontecer, quando menos esperar, já estarei aí contigo, provando de ti.

Me interpreta, lê meu eu com tua carne. Hoje o personagem principal termina sem roupa. Em que dia estamos? Como viemos parar aqui? Só os deus sabem, e acho que nesse momento eles estão amando, agora, nesse quarto, somos só nós dois.

Pega, encosta, cutuca, invade, olha, respira, mergulha e me beija porque hoje, aqui, nesse quarto escuro eu fui o desejo que tu jamais pensou em ter e hoje a minha vontade de ti, já não pode mais esperar.

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