O careta

Por Cristyam Otaviano - agosto 22, 2018

Por ora penso que sou careta, e sou. Não nego quem sou. Enquanto muitos estão na onda do atual eu ainda me aventuro na seção de CDs das Lojas Americanas. Ainda escuto a musica que fez sucesso décadas atrás. A pura caretice. Talvez ser careta, seja ser do contra, isso justifica ouvir os berros de uma Vaca Profana enquanto o mundo canta em coro que um homem não chora. Talvez eles sejam os caretas.

Careta é Lulu Santos, um tiozão com suas meias de multi coloridas, ele se atesta na sua existência, único, rei do pop nacional. Ser pop é ser careta. Me dizem pra sair dessa. Dessa de ser careta, mas quem sabe ser careta é ser da moda. Os cupins invadem. Eu não ouço o mundo, apenas o sinto e o vejo. Neurônios.

Ouvir a Taylor Swifft de You Belong With Me, a Demi Lovato de Catch Me, a Miley Cirus de Hanna Montana, ouvir a banda de forró que acabou há anos, mas que hoje ainda causa, é ser careta. Reviver as coisas que ficam no fundo do baú, é caretice pura. "Baú" é uma palavra careta.

O fato de eu amar pipoca, amar bom bom de mel, desejar um celular com um teclado qwerty no mundo do touch screen, ter um mini museu no quarto e o azul do céu, atestam minha caretice. Ser careta é ser. Ser. A caretice é ser contrário à corrente. Ser do contra. Não pertencer a esse mundo, estar em um tempo diferente dos outros.

Crédito: GETTY IMAGES


Amo de uma forma careta, poucos sabem. O amor é pré formatado, existem segredos que não lhe contaram na escola. Presentes novos são para pessoas sem personalidade, ao presentear gosto de ofertar algo de mim, coisas que eu amo. Me oferto, o velho é algo inédito, uma grande novidade.

Já disse e repito, sou careta, não nego. Vivo por aí falando de amor. Chato. Cheio de vontades anormais. Usando coisas fora do comum. Vivendo tempos que já aconteceram. Detesto o novo. Sou diferente, velho, sou careta. Sou quem sou. Ser careta, pra mim, serve (feito uma luva).

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