Vou

Por Cristyam Otaviano - setembro 23, 2016

O dia nasceu bonito, as nuvens no céu diziam que algo estava por vim, o mistério nelas era evidente. A mochila das aventuras está pronta, será se vai ser bom? Me pergunto, na esperança de que o convite venha carregado por algo maior.

Um refugio numa cidade distante das outras. Não ter leis, essa é a lei. A tirar pelo som da água caindo nas pedras a calmaria por aqui reina, a inercia no espelho d'água prova isso. É, parece que a paz e a calmaria chegaram a sua plenitude nessa curta porem grande viagem.


Reconectar-se, esse é o dever a ser cumprido. A água é gelada, diminui a cinética dos pensamentos, o sol alimenta o coração solar. A alma acalma e anseia por mais, e por sorte tem. O azul do céu me mostra a grandeza da vida, o quanto o viver pode ser grande, apesar de sermos tão pequenos frente a certas coisas. A vida está para alem da zona de conforto, e acredite é bem maior do que a gente imagina. Chega até a assustar. 

Aqui assim como antes, os bichos aqui provam da sua liberdade selvagem. Estou livre somente pelo fato de estar feliz, a mesma felicidade que me faz admirar tudo ao meu redor faz meu coração sair de mim e correr o curso do rio, estou livre, pelo simples fato de que a felicidade liberta. Do mal, daquilo que é ruim, te faz Victoria, te livra de si. Estou ausente de mim. 


É uma despedida, quem sabe será a ultima vez aqui. Estou acompanhado das melhores pessoas possíveis, tenho ao redor os sentimentos mais puros e verdadeiros. Me cerco somente do essencial. A hora de partir vai chegar, não tenho um pingo de pressa que isso aconteça, pelo contrario, quero aproveitar cada momento, cada dia, cada segundo, como se fosse o ultimo e o único. A contagem regressiva do sonho começou. Aquela ideia do garoto que sonhava em fazer coisas, por fim tomam forma a medida que o tempo passa e as coisas vão acontecendo. 

O sol se põe e aprecio as estrelas começarem a brilhar. Se me fosse concedido um pedido, hoje, agora, aqui, escolheria ser feliz, novamente. Pois assim, seria livre. A felicidade verdadeira é libertadora, felicidade que te leva alem, mesmo estando sentado no banco da estação esperando o metrô, te dá asas, te tira do chão. 


Apesar das coisas, de estar numa despedida, de ser perguntado para onde irei no feriado, quando eu não estarei mais aqui ou mesmo de ter que passar na recepção da pousada e entregar a chave do quarto vazio  estou feliz. E é por estar tão feliz, tão ausente de mim e tão feliz que eu simplesmente vou. Vou, pois além de feliz, eu sou um ser livre. 

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