A vida volta à rotina. Depois de quatro dias de um feriado bem merecido, o mundo acorda. O cansaço e a dor nas costas são amenizados após noites bem dormidas e horas de um genuíno descanso.
Uma tarde de céu azul e com vários nadas para serem feitos, é o que todos queremos quando levamos uma rotina altamente conturbada e corrida, uma calmaria em meio a tempestades é sempre bem vinda.
Estamos cansados para tudo, até mesmo para viver. Voltamos a fazer aquilo que não fazíamos há tempos, sentir aquele prazer de então redescobrir as coisas. Deitar no chão frio, sentir maciez da cama, coisas que passam despercebidas por nos durante a maior parte do tempo.
As coisas retornam estranhas, parece que foi uma eternidade, mas foram somente quatro dias. Quem diria que sentiríamos saudades da época em que ficávamos sozinhos em casa, a mesma solidão que um dia fez mal acaba sendo nossa companheira. Aprecio a casa sem vida, vazia e o silencio quase que sepulcral só quebrado pelo canto dos pássaros lá fora.
Sem esquecer as comidas, essa é a época mais convidativa para quebrar a dieta, uns deliciam-se no seu porco a pururuca, outros no chocolate que vem junto com a temporada, eu prefiro brincar de Master Chef com panelas da mãe, às vezes ate dá certo, às vezes não.
Uma trégua da rotina para por a série em dia, arrumar aquela bagunça no quarto, que não sabe o que é uma vassoura faz uns bons tempos. Rever os amigos que estudam fora, e que vieram visitar a família, sair com os eles para a praia que há meses vinha seno planejada, contudo nunca saia e o feriado permitiu isso.
Esses dias vieram, e aproveitamos aquilo que queríamos fazia tempos, mas que ainda não tivemos a oportunidade de fazer, mesmo que seja nada. Uma trégua da vida, que tem hora e lugar para acontecer, da rotina escrava de um livro chamado Agenda. O aleatório da vida foi ligado, as coisas deixam-se fluir. Puro acaso e vontade do destino.
Voltamos a chata rotina e mesmo que não gostemos disso, quase que não nos importamos, estamos leves, a alforria serviu para zerar o contador de frustrações da vida, livrar-se daquilo que nos fazia mal. E ainda que ao tédio e a monotonia, só nos resta esperar o dia que o despertador irá tocar pra nos tirar daquele sono profundo, e despertar aquela vontade de dormir mais um pouquinho, que logo sossega quando lembramos que é feriado.
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