Longe

Por Cristyam Otaviano - julho 25, 2016

Aqui é longe, o sinal de telefone é inexistente. A natureza é a única conexão com o mundo. Os bichos vivem sua selvageria e sua liberdade que vos é dada desde a nascença. Aqui é bom, gosto disso. Redescobrir o Lobo Selvagem que abrigo dentro de mim. Daqui nenhum ruído da cidade se torna audível. Não há sirenes, ônibus, sinais, buzinas ou mesmo musica. Em fim a alforria.

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Viver com o básico, é a única lei por aqui. A simples mora janela a fora. Nada de excessos ou descontroles, que são vistos toda hora nas esquinas da Capital. Me sinto estranho, e o sou. Um sujeito deslocado do seu local natural. Nem tudo me soa estranho, por sorte televisão faz o ambiente parecer mais adaptável.

Saí de casa em busca de um pouco de paz e de aventuras, a paz aqui eu encontrei. O relógio só mostra a hora, diferente da capital onde esse mesmo é quem dita a hora para a vida acontecer. Se a vida tem uma hora pra acontecer por aqui, essa hora não é dita pelo relógio.

O pouco, ou quase instinto, contato com as pessoas me faz pensar um pouco em mim, uso o tempo para recuperar essa pessoa, presa no sedentarismo intelectual causado por excesso de musica alta e de ausência de tempo livre. Em fim, fazer o que eu gosto, nossa como sentia falta disso. Sentar a mesa, pensar até que o café esfrie e então alimentar o gênio.

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Sinto-me vivo, só esse fato já me enche de alegria. Os amigos todos ficaram entre mim e a capital, Sara, a pastor alemão, teimosa que nem ela, é a relação mais aparente da amizade que possuo por aqui. As crianças aproveitam para provar da sua mais pura inocência. A estadia é curta, preciso apreciar tudo enquanto posso. 

A lagoa no quintal de casa é convidativa aos olhos, o barulho da água me faz cair na tentação. Corro para me trajar para a diversão gratuita, o primeiro pulo serve pra livrar as energias ruins, os outros, são por pura diversão e apetite voraz por adrenalina.

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Queria eu esquecer por completo da vida da capital. Não precisar mais de internet, se preocupar com datas, horários ou compromissos. Não precisar dinheiro, de um endereço fixo, aqui cartas não chegam, a final, não existe endereço, não precisar de uma rotina ou mesmo pensar na logística de sair de um lugar e ir pra outro. 

A hora de partir vai chegando, as coisas retornam pros seus lugares no carro lotado. Estar aqui me faz bem, gostaria de ficar mais um pouco. Mas é preciso seguir viagem. A bolsa das aventuras reabastecida está pronta para seguir estrada a frente, em busca do destino maior. A final, a saudade é maior, e eu preciso ver meus parentes.

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