Eu, Clarice e Nossos Encontros

Por Cristyam Otaviano - abril 05, 2014




Faz um tempo, acho que um ano ou mais, que eu peguei um fascínio pela escritora Clarice Lispector, tudo começou quando eu estava de bobeira na internet e acabei parando em uma pagina de uma blogueira que falava alguma coisa relacionada à autora e ao apreço dela pelas artes, inclusive no texto tinha uma foto de um quadro onde estava desenhado um pássaro azul. No texto tinha um vídeo, que se tratava de uma entrevista de Clarice com um cara, na emissora Cultura, ela estava aborrecida, parecia irritada, fumou na entrevista e não queria conversa.

Foi aí, nessa noite que eu quis descobrir mais dessa mulher. . Não por meio de pesquisas na internet, mas por livros, filmes tudo que viesse a partir dela. Ela me encantava de certa forma, não sei explicar como. Foi também por meio da entrevista, que mostrou um trecho do filme "A hora da estrela" inspirado na obra de mesmo nome escrita pela Clarice, que eu fiquei louco pelo livro. Procurei em sebos, e nada. E foi em um bazar de livros, onde eu menos imaginava encontrar aquele livro. Que eu o achei. A Hora da Estrela, inexplicável foi minha alegria quando achei aquele livro. Sai do bazar fui pra casa, no ônibus peguei o livro e fui devorando no caminho, não passou dois dias e ele era um livro para ainda terminar. Mais tarde soube que a vida da autora iria virar filme, que inclusive ainda estou por esperar.



E um tempo atrás comecei a leitura do livro "Felicidade Clandestina", que reúne textos feito pela autora, lia no meu leitor de livros (Kobo), que apesar de ser feito só para livros tem lá suas limitações. O tempo passou, eu tive um hiato de leitura, passei alguns muitos dias sem tocar em livros e aos poucos voltei a rotina de leitura.



No sábado passado fui ao centro da cidade. E como de costume, fui a um sebo. Uma coisa que eu faço quando eu vou a um sebo, é entrar lá sem nenhum livro em mente, apenas esqueço tudo e deixo o lugar me surpreender. E é o que acontece de fato. Ao chegar no sebo falei com o Sr. Claudio e ele me veio com a mesma pergunta de sempre "você gosta de romance, clássico, autoajuda o que?" e eu sempre respondo "eu gosto de tudo seu Claudio, de tudo um pouco eu gosto". E ele tratou logo de pegar a escada dele e foi pegando umas pilhas de livros e me dando pra eu ver se algum livro dali me interessava. As pilhas continham livros dos mais diversos tipos, desde espiritismo até engenharia o que torna divertido analisar elas. E livro vai livro vem. E em uma pilha que nada prometia eu o achei "Felicidade Clandestina", meus olhos brilharam quando eu vi aquele livro. A partir daí, aquele meu dia começou a valer a pena.


Outro dia estava na biblioteca da minha escola, de cara com a parede dos clássicos quando eu fui tirar meu celular do bolso pra fotografar os livros e um papel caiu do meu bolso e foi pra de baixo da estante de livros, me abaixo pra pega-lo e quando eu olho pra última prateleira vi o paraíso. Uma prateleira inteiramente dedicada a Clarice Lispector. Fiquei maravilhado com aquilo. Assim que quitar as atuais leituras vou, com certeza, lá pregar um, quem sabe dois livros da autora pra desvendar esse mundo, que nasceu de um simples e singelo "sim". E ai serão encontros que não caberão nos dedos das mãos.



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1 comentários

  1. Muito bom, o fascínio por uma escritora como a Clarisse. Ainda não li uma obra inteira dela, porém, li textos e me identifico bastante.

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