Histórias sem nome

Por Cristyam Otaviano - outubro 07, 2017

Muitos podem não acreditar nisso que eu vou contar, mas essa historia, tem a lua como testemunha, já outras, nem ouso relatar porque houverem dias que ela sumiu. 

Eu só fui, o limite nascia a cada pedalada, ia além de mim. Assisti a vida virar pó, nascer no asfalto. O mundo passou, me passei. Até o vento passou, eu senti e ouvi tudo. Vi às marcas que a chuva deixou, ela sumiu onde a vida deveria estar, até a vida passou nessa historia.


Quase cai, perdido na altura dos prédios, feito corrente solta em rua esburacada, na maioria das vezes consigo segurar tudo comigo. No comum do caminho, eu ainda descobria o irrelevante. Para subir precisei ser forte, já para descer me bastava ser leve, quem sabe conseguisse voar, mas estava descalço e preferia o calor do asfalto. 

Houve vezes que eu chorei e ninguém viu, só a lua. Ela sabe de tudo, sempre soube, mas está se distanciando. As lágrimas, o vento levou para ele. Pude gritar, cantar como se fosse a última canção, estava rápido e qualquer evidência, eu já nem estaria mais lá.

Vi a vida caída, esmagada pela pressa do homem, mas caiu porque já foi ela. Perdi a rota, o sinal, e me perdi, mas era bom procurar um destino, uma próxima rua parar entrar, no fim as contas eu sempre chegava, a tempo de ver tudo acabar e poder dar um último adeus ao sol, agradecer por tudo. 

Os prédios eram grandes, mas eu estava além. Gritei mais alto que o vento nos meus ouvidos, gritei só para mim, grito mudo. Atrás de mim, está eu, buscando me alcançar. Não faço ideia de quantos quilometro por hora estarei, quando me alcançar, mas estarei rápido.

É preciso movimento para manter o equilíbrio, caso contrario preciso de apoio, toco o chão, sinto minha natureza humana.

Não havia tempo para chegar, mas queria ir logo. Certo dia, tive medo, nos errados, era o ser mais poderoso do mundo. Em outras só estava atrasado mesmo, mas foi tudo verdade. Pergunte a lua quando ela voltar, ela viu. Posso até apostar se quiser, porque se a verdade for, e se verdade for, deixa ir, o que é verdade, não tem limites.

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