tag:blogger.com,1999:blog-65421746105895292242024-03-05T18:49:01.341-03:00ViVendoAs aventuras e loucuras de um jovem que decidiu não levar a vida bem a sério. =)Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.comBlogger210125tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-3257030794574199772023-05-28T13:32:00.003-03:002023-05-28T13:32:13.552-03:00O mundo<i>De cima o mundo é azul, de baixo também.</i><br />
<br /><div style="text-align: justify;">Um ponto perdido na imensidão do espaço que há dentro de mim. Ainda não sei bem de onde vim e quem sou, mas sei que enquanto a vida passa, danço cirandas procurando pela vida perdida em qualquer lugar. Voltar não seria uma possibilidade, o novo se fará forjado onde sentido nenhum seja sentido, onde razão nenhuma alcance.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqU5e1prSURjrpQOiBfPEuVwZb1q5R62INbYzpLNDxVWDoLfzFuvMmNeJ2Qw7Cxl30HKisCdhl8JqnESWC3y2CzKW2LKc2ChV_E5NErkbL2TYu5egDOzLliCV7VXHFc_A2yk7R_riMWqF3sHC0jbC1G_rqbsL_i7-TqkfdDOFTMrR8iNDZz771lOuOJg/s3000/IMG_20221104_043925519.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2250" data-original-width="3000" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqU5e1prSURjrpQOiBfPEuVwZb1q5R62INbYzpLNDxVWDoLfzFuvMmNeJ2Qw7Cxl30HKisCdhl8JqnESWC3y2CzKW2LKc2ChV_E5NErkbL2TYu5egDOzLliCV7VXHFc_A2yk7R_riMWqF3sHC0jbC1G_rqbsL_i7-TqkfdDOFTMrR8iNDZz771lOuOJg/w640-h480/IMG_20221104_043925519.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há mundos que habitam em mim, universos onde asas são meros detalhes de um ser, onde o céu é somente uma cor e a vida passa voando. Além do mar, nosso lugar está longe de todo começo. Perto do sol e morando, na verdade dos dias. O equilíbrio é natural, a natureza dançando e fazendo o amor em todo canto. Amar é fácil, natural, simples e acontece, basta esperar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Gravidade, prende os mares, levanta escudos, coloridos e a atmosfera, insiste em cair debaixo das estrelas, os mortos sustentam o peso do mundo. O amor. Por voar descobri, a gravidade das coisas, que insistem em pertencer ao chão. Minhas asas são cores cortando o azul do céu, que cor tem o amor? Ainda não descobri, apenas sei que possuo em mim todas elas.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Alternativo, existe amor em todas as coisas, a maior força que já existiu. Há um castelo se erguendo dentro de nós. Errado, torto, sem sentido, mas forte, nosso e lá habita nossa verdade. No meio de tudo garrafas vazias, joias quebradas, penas, corpos, cascas, escudos e o nosso amor. O mundo nem sempre esteve ao nosso favor.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não é errado amar alguém. Estamos errados ou o mundo parece ter enlouquecido? De erro em erro aprendo sobre dores que me fazem ser quem sou. De queda em queda descobri que o céu não é tão azul, estava aprendendo a voar. Ossos, sangue, cicatrizes, asas feridas e o amor. Amar também é sofrer e tudo bem ser assim.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentro de mim, em órbitas baixas, existem sóis, que queimam toda a forma de ser, cometas que me ameaçam de destruição, ser quem sou às vezes dá medo. Mundo, cores e seres ameaçados de provar do amor jamais visto. Sobreviveriam? Se fará revolução, será um ser inédito, diferente e longe de tudo que já foi pensado, será.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há quem viva sem amor e há quem ame com tudo que se tem, como se o amor fosse a grande novidade de tempos que não aconteciam. Tem a cor de felicidade, é amarelo é o sol, é azul e é o mar, e sou eu cruzando o céu, provando do mundo que ainda não descobri.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Em cada mundo exite uma forma de amar.</i></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Amar muda tudo e existe amor em todas as coisas, por isso, ame, de verdade e por inteiro. Ame forte e com tudo que puder, até que o mundo todo balance, enlouqueça e vire de ponta a cabeça para então entender o teu amor.</div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-22804746195455261912023-05-24T15:40:00.006-03:002023-05-24T16:02:04.488-03:00Os medos <blockquote class="tr_bq">
<i>Quais são os seus maiores medos? </i></blockquote><div style="text-align: justify;">Hoje fiquei sem palavra, fui ausência. No escuro de um quarto vazio, repleto de lembranças, eu converso com meus medos. Preciso de um socorro, nesse momento é insuportável ser eu. Ali no canto uma vela qualquer queima na esperança de que eu sobreviva.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuIhrvLSl0-I0h8GNFDOUnS4BZB64AQLtI71FJN8OmWoi0ABWTjIJbWeOVGnkBi2pJHFEae1FYZxZ2U_o36vQsvR5G7Rnkjpotwt6eQ7cGHVVsi9HotTOCXsrVPykdvZ73l6h_SK-pefpAIvZFtDXn8gqB5cmJpskxm1q1pZRk0QQnqUHK1SJ9mufV1w/s4000/Picsart_23-05-24_15-34-22-013.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3000" data-original-width="4000" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjuIhrvLSl0-I0h8GNFDOUnS4BZB64AQLtI71FJN8OmWoi0ABWTjIJbWeOVGnkBi2pJHFEae1FYZxZ2U_o36vQsvR5G7Rnkjpotwt6eQ7cGHVVsi9HotTOCXsrVPykdvZ73l6h_SK-pefpAIvZFtDXn8gqB5cmJpskxm1q1pZRk0QQnqUHK1SJ9mufV1w/w400-h300/Picsart_23-05-24_15-34-22-013.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meus medos resolveram me assombrar, alguns nem pertencem a mim. Embaixo da cama é vazio, dentro de mim só tem ecos, cacos, qualquer movimento estou ferido. O mundo dá muitas voltas, numa delas o sol se pós a sumir, ainda era dia.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nada sai de mim, só o choro na tentativa de ser ouvido por alguém. Meus dias estarão salvos? Amanhã o sol ainda nascerá? Há fantasmas a espreita, direi uma só palavra e serei salvo. Tudo o que digo poderá ser perdido, a visão para de funcionar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estou ameaçado de extinção. Conte a todos a grande novidade, que eu serei feliz. Há histórias escritas, que talvez ninguém jamais conhecerá. Numa noite qualquer fui a salvação de um coração perdido. Meus heróis morreram um a um. Serei eu o herói do novo tempo? Heróis sentem medo?</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O que corre nas veias não é sangue, quem sou agora é algo diferente de mim. Quando a luz se pôs a apagar dentro de mim? É difícil enxergar no escuro, meus sentidos já não me pertencem mais. Não sei a que pertenço, sou apenas lagrimas nessa cama.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os textos que resolveram me atravessar, rasgar as noites, virar os dias e forjar a mim no mais verdadeiro medo, do amanhecer trazer ausências que não saberei lidar. Medo de eu já não saber mais usar os tempos corretos, da solidão, do vazio e de coisas que ainda nem entendi.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O menor dos movimentos poderia ser catastrófico, falar um ato de destruição. Choro na esperança de um socorro. Poderia não existir nesse momento. Que os deuses tenham piedade de mim, os livros mudos que testemunhem minha dor, pois, hoje eu sou o medo até mesmo de respirar.</div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-17817495704331042072022-11-25T21:40:00.002-03:002023-05-24T16:02:04.488-03:00A Luz<div style="text-align: justify;">Hoje fazem anos que não escrevo nada. Durante anos só reinou o mais absoluto, é silêncio, estático, como se o volume estivesse no mudo, mesmo rolando a mais pura pancadaria.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em meio as urgências, ataques, incêndio e pesados, eu me calei, um calar em negação, por não querer acreditar em todo horror que vivia. Viver já era doloroso o suficiente, escrever sobre isso, ainda que na tentativa de alívio, seria ameaçador a mim mesmo.</div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgobuiRH2PVBZgdJGVfyg2xCtoOzGOqflfMNv2USwHOvcuPp6nOqbNeuBE7zIxhQXay5aNMkdQ4iXcC5RxHacMiZXoemR7u74TGQYvIlUkISCxYFtr9N64DQLzR30iJG_nGX6P4UuBVCIYl/s1600/1669423248022819-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgobuiRH2PVBZgdJGVfyg2xCtoOzGOqflfMNv2USwHOvcuPp6nOqbNeuBE7zIxhQXay5aNMkdQ4iXcC5RxHacMiZXoemR7u74TGQYvIlUkISCxYFtr9N64DQLzR30iJG_nGX6P4UuBVCIYl/s1600/1669423248022819-0.png" width="400" />
</a>
</div><br /></div><div style="text-align: justify;">Se engana quem pensa que durante esses anos eu estive calado. Não há dor maior na minha vida, que a dor da incompreensão. E não importa o quanto eu fale, explique, compare, metafore... No final eu sempre serei a vítima. Alguém que não resolveu se curvar ao sistema.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dentro de mim, habitam abismos, vazios imensos e distâncias, que jamais imaginei que um dia fosse carregar dentro de mim. O tempo nunca foi tão cruel comigo. Carrego, como a dor de um Deus que carrega sua própria cruz. Esse é a minha, breve será a mim que me crussificará. Serei eu salvo? </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não se pode ter tudo, eu mesmo penso que nunca terei a mim, na minha mais pura forma de ser. Morrerei, provavelmente cedo, sem ter sido tudo aquilo que eu mais sonhei, sem ter escrito tudo aquilo que me propus, mas tentarei até o meu fim. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Existem mentiras que de tanto serem contadas, começam a se tornar verdades. Lutar é vão, são fatos, a mais pura e escancarada loucura não resolveria. Me atravessam e giram meu juízo por completo. Quando se gira muito em redemoinhos, durante tempestades, arrudeios e em círculos viciosos, o chão, o normal, o certo, vira tudo uma distorção, o chão virou meu céu.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E hoje eu hábito o duro de um concreto.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A vida ganhou uma simplicidade, nada mais tem importância, nem eu mesmo. Pouco a pouco sou consumido. Nem sei mais como fazer isso. Desaprendi como escrever, principalmente a escrever sobre a felicidade e como o céu é azul. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tenho medo de me mostrar, a quem quer que seja, meu eu, é de fazer pena, e talvez seja por isso que eu sofra tanto. O escuro tem sido meu abrigo, meu conforto, minha calmaria, e em mim já não entra mais sol. Houveram dias onde eu fui sol. E esse talvez seja o maior vazio que existe dentro de mim, o de luz. </div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-29122333826231901462021-10-02T10:00:00.007-03:002023-05-24T16:02:04.490-03:00Segunda Feira<p style="text-align: justify;">Um caderno é pouco para contar uma vida inteira. Meu diário anda solitário, são dias que nunca existiram, hiatos imensos, festas desconhecidas e uma vida que parece que não acontece, mas acontece. </p><p style="text-align: justify;">Já chorei demais. Sofrer chegou a ser a verdade da minha vida, eu fui a força de uma alma que teve a esperança de um futuro bom, e ate mesmo a esperança um dia morreu.</p><p style="text-align: justify;">A vida nunca cansa, mas a gente se cansa de sofrer, de apanhar por aí na rua, de quem a gente gosta, de pessoas que são valiosas para nós, e que nem imaginam isso. Eu estive aqui, eu estou aqui, mas por muito tempo, não estive.</p><p style="text-align: justify;">Nos dias cinza, não lembro de ter nem existido na historia dos homens, eu era uma incógnita, um mistério, não era nem eu. Me lembro que por muito tempo cheguei a ser só um corpo na rua. Não havia vida, luz, sentimento, justificativas que pudesse explicar a mim, não havia nada. Era um corpo e um nome, <i>Cristyam</i>, nada mais que isso. Eu ia, vinha, e as coisas continuavam como estavam. Talvez a vida quisesse me ensinar a acreditar, a saber esperar um futuro bom. </p><p style="text-align: justify;">Parecia que os Deuses estava discutindo meu fim, se é que aquilo já não era meu fim. </p><p style="text-align: justify;">Me permiti acontecer, busquei a verdade vivendo, fui me refazer em vida. Sim, aquilo foi meu fim, doeu acreditar, demorei a entender. Pus fim a mim mesmo, decretei que a partir dali os dias já não seriam os mesmo, e não foram. </p><p style="text-align: justify;">Esse Texto e silêncio, pois nele só vai o som do riscar no papel, o canto dos pássaros e nada mais. </p><p style="text-align: justify;">O sol, nasceu pra mim, meu filho e meu pai, Nos dias eu vi meu tempo acontecer. Eu fui o calor das ruas lotadas pleno carnaval, a historia gravada nas construções, a vontade de atravessar os dias em busca de mim, e eu fui.</p><p style="text-align: justify;">Fui alto, preciso, rápido e feroz. Deixei corpos no caminho, corações em pedaços, e gritos de um tempo que há tempos não aconteciam. Era meu tempo, meu agora. Do alto a vida não parece nada, o mundo ficou miúdo, moído e dai eu visitei o sol. </p><p style="text-align: justify;">Abandonei os monstros, refiz todos meus sentidos e aprendi formas inéditas de viver. La eu conheci o amor. Definitivamente já não era mais eu ali, era uma nova criatura inédita, os homens jamais o entenderiam, </p><p style="text-align: justify;">Me encontrei nos textos, descobri minha fala, meu tom, fiz discursos, cartas com nome, criei heróis, venci guerras e fiz inimigos. Inevitavelmente e existo e o mundo dos homens e a prova mais viva de tudo </p><p style="text-align: justify;">Esse texto e sobre mim, só que ele precisa de um fim. Tem textos que são eternos na minha vida, não importe quantas vezes eu morra, e texto Eu. </p><p style="text-align: justify;">Espero a primeira estrela nascer, o sol já se foi, hoje já chorei de felicidade. Hoje já quis voar contigo, Passarinho. Hoje eu acordei sem saber em que dia estávamos, é Segunda-feira. Sai da cama, toda mal feita, sem saber o que iria acontecer, e só agora percebi, que hoje, eu aconteci.</p><p style="text-align: justify;">Estou aqui, e esse e meu lugar.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQkpf2aknFB1mFb6OtpqH0lcsVjZVaRQh21LXQZoL80fLbRomYQlpjS699Rm5z4saMPrUJOpJn-d56QhcRrR4UBlnlhlHPRYBW5lxCPlNBI7MFYfgub_Qlo6IVMrm9IsAJrvr7Eq5jam9e/s1280/imagem_2021-08-15_012520.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQkpf2aknFB1mFb6OtpqH0lcsVjZVaRQh21LXQZoL80fLbRomYQlpjS699Rm5z4saMPrUJOpJn-d56QhcRrR4UBlnlhlHPRYBW5lxCPlNBI7MFYfgub_Qlo6IVMrm9IsAJrvr7Eq5jam9e/w480-h640/imagem_2021-08-15_012520.png" width="480" /></a></div><br /><p style="text-align: justify;"><br /></p>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-21152358951411066792021-09-25T10:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.488-03:00Um dia sem você<div style="text-align: justify;">Chego em casa e não tem tu, não tem teu cheiro, não tem teu carinho. Só o silêncio que ficou quando tu se pôs a sumir. Nessas horas nem a lua ousa aparecer. É só estática, radiação de fundo, mas não é tu.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bêbado, de tanto rodar, tonto de tanto me perguntar coisas que nunca saberei sobre o que se tratam. É só silêncio. Estamos em 2008, e ainda falamos de músicas antigas, de amores passados, estamos em 3ª pessoa, mas nada de você. Você sumiu ou eu que não consigo te achar em mim?</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É frio? Ainda haverá amor para nós dois quando você voltar? Perdoa minha embriaguez. Onde eu andasse se via que tinha ecos dentro de mim. Vazios gritaram de uma só vez, e eu me pus a pensar sobre a vida.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Não teve bom dia na cama, resposta quando eu disse que te amava, ou troca de voo. Esse texto nasce na esperança de que uma calma nasça no peito, que se vê na chance de uma tempestade. Eu ainda posso te amar pela eternidade?</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Amanhã você vai aparecer? A eternidade ainda vai valer quando o tempo resolver deixar de existir? Onde você anda? O que está acontecendo? É sábado e Saturno não apareceu no mapa.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje acordei e não tinha você. É difícil ser eu, ser só eu. Tem muito silêncio aqui, talvez eu esteja desacostumado. Dormi pela maior parte do caminho, estamos no rumo certo? Porque a música parou? Ainda sou eu aqui sentado nesse banco?</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Lavo, bebo, faço, grito e nada de ti. Chego, banho, como e só o silêncio me aparece. Choro, imploro, em espírito de oração por ti. Só tem ausência, só tem eu. É a liberdade de ser só. O sol que me perdoe minha embriaguez, a chuva que caia e me leve, por que eu nem sei mais de mim.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um dia incrível, lindo me ver vivo, os céus testemunharam um novo tempo nascer, estranhos me viram tropeçar nos meus próprios pés, até o tempo quis parar por nós dois.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Choro, por coisas que nem sei bem o que são, pelo silêncio que não entendo, pela ausência que eu preciso viver, pela saudade que grita dentro do meu peito, do medo que me assusta. Pela falta que tu faz. Por que aqui nessa cama apertada, num quarto imenso, vazio, escuro, eu termino num dia sem você.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsPc37mdlyz9GBuFB5tBnS9-RI-yDglLu8U0o_KaTREMiAtFESXyxGOikuqGDvBGZDXm5vn7nCjEddBnQXTDBGjzjyi_AQlh3HVkZR8YcPqkxb78ZyZLEzzwqC5nsJW8fBFJRcczd3d6E4/s800/imagem_2021-08-14_235939.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="449" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjsPc37mdlyz9GBuFB5tBnS9-RI-yDglLu8U0o_KaTREMiAtFESXyxGOikuqGDvBGZDXm5vn7nCjEddBnQXTDBGjzjyi_AQlh3HVkZR8YcPqkxb78ZyZLEzzwqC5nsJW8fBFJRcczd3d6E4/w360-h640/imagem_2021-08-14_235939.png" width="360" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-83142968166223355752021-09-18T10:00:00.015-03:002023-05-24T16:02:04.499-03:00Teu maior erro<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Nossa historia é toda errada, torta, acontece fora de tempo e espaço. Certas vezes nem é nossa, é só minha, pois meio a tudo sou só eu, não há tu. Sou eu ali contando do mesmo velho amor que nunca vivi.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Não me lembro de poder te sentir em verdade, por inteiro, comigo. Haviam partes de ti que não estavam ali, coisas que ficavam escondidas num canto qualquer, hiatos sem explicação, silêncios, fantasmas que assombravam os teus dias. Esses fantasmas, eram só teus.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Te ver partir já não era mais novidade, são cenas de um filme que eu já conhecia, desfechos que conseguiria prever. Erros conhecidos e o mesmo velho coração esperando a grande novidade. Se ferir não seria novidade, com o tempo aprendi a apanhar.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Por muito tempo lutei por nós dois, e isso era tudo que eu mais queria, poder te viver em verdade e por inteiro. Tu teve sempre o meu melhor, mas tudo dependia só de mim, até que um dia não havia mais eu. Isso não esteve sob seu controle. Não houve mais quem lutasse por nós.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Fui desconhecido, estranho, um erro talvez, louco, o plano B, um alivio e fui mesmo, mas aquele, já não sou mais eu. Você jamais imaginou que as coisas seriam assim, não se pode esperar muito de uma historia feita em erro, forjada em omissão, toda torta.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Os erros são muitos e os mais diversos, eu errado te deixei fazer o que bem queria de mim. Houve dias que tu nem soube de mim, numa dessas eu aprendi palavras novas. Solto eu descobri o meu valor, fui mais eu e o teu temido "não". Nem eu imaginei o que estava por vir. Numa quarta feira eu descobri como te dizer adeus.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Lá em Recife eu me pus a nascer. No Carnaval eu me descobri, soube bem quem eu era, e não há forma mais linda de nascer, que não seja pleno Carnaval. Acordei e tu já não estava mais aqui, já não era mais eu. Na tua vida pesadelo, na minha o sonho que eu jamais pensei que fosse acontecer.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Novos amigos eu fiz, me pintei de cores que antes desconhecia, fui a lugares que nem imaginei existir, provei de humores que por muito tempo desconhecia. Sou filho do carnaval e não existiria forma melhor de nascer, se não em Olinda.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Tu perdeu o controle das coisas, se perdeu e me perdeu. Fui menino, bobo, gritos meio às ladeiras, o maracatu que deu o compasso pro meu novo coração, fui eu, em verdade, e com a verdade tu não pôde. Mal sabia tu que ali já não era mais eu.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Apesar de começar do jeito errado, essa historia acaba toda certa pois, de todos os erros que tu poderia ter cometido, o maior deles foi ter me levado pro Carnaval.</div><div dir="ltr" style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGE6HMxYa5BQIVUVzHYW_gcYMRu0tWNxWEPX2LxWAMgluoFWajCvLdGCD1E_KCU7v2gKHoRUopWv4zUy04lrnNaiZ3CkETZTIX907HPUOhW7gZyifGvuq2X4d4XKdo0mv2MlrOIeIID0F0/s800/imagem_2021-08-14_233914.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGE6HMxYa5BQIVUVzHYW_gcYMRu0tWNxWEPX2LxWAMgluoFWajCvLdGCD1E_KCU7v2gKHoRUopWv4zUy04lrnNaiZ3CkETZTIX907HPUOhW7gZyifGvuq2X4d4XKdo0mv2MlrOIeIID0F0/w480-h640/imagem_2021-08-14_233914.png" width="480" /></a></div><div dir="ltr" style="text-align: justify;"><br /></div>
Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-75935978807677073512021-09-11T10:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.498-03:00Cuidado meninoAs coisas não conseguem ser como antes, meu texto está perdido, eu não.<br />
<br /><div style="text-align: justify;">Ando provando da sorte, de novos sabores, principalmente da vida e caralho... como é bom. De sorriso na cara, saio, usando uma roupa qualquer, roubarei dos homens seus mais belos momentos. Será eu ali, dançando, acabando o mundo.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bêbado de tanto rir, tonto de tanto rodar, alegre de poder virar um copo qualquer com a bebida mais forte. Onde fui parar? Não sei. Ando repetindo as coisas na esperança de que sejam todas iguais. Num balcão qualquer de um bar, sou eu ali. Tentando entender como as coisas estão, mergulhando no passado em busca do que afundou quando me pus a sobreviver. </div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Me sinto estranho, algo não esta mais aqui. O que fizeram comigo nos sonhos? O amanha nasceu diferente, o sol está brilhando lá fora. Quando partiremos? Sobreviveremos aos dias?</div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh30fOvqiaHJUhOc5hF8fxaZQbfI4uR3j-1yd5-Zbt_qJCGqMQCk8jGmcmIwzn3f9HeCd7Uwraj5yMTeKmtxVZ8VN2iWuuLT5CeFtB1LvO1o8LVm9A4pP3XuLYIedjyB4AqVE2V9NSqnxev/s1280/photo1628985906.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh30fOvqiaHJUhOc5hF8fxaZQbfI4uR3j-1yd5-Zbt_qJCGqMQCk8jGmcmIwzn3f9HeCd7Uwraj5yMTeKmtxVZ8VN2iWuuLT5CeFtB1LvO1o8LVm9A4pP3XuLYIedjyB4AqVE2V9NSqnxev/w480-h640/photo1628985906.jpeg" width="480" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Conheço bem os teus caminhos. Esconde tua verdade, seria triste te ver vestindo ela. De madrugada alguém invade teu quarto, de quatro, de mansinho, te invade e te faz lembrar de mim. Não sou eu.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No carro tu foge pela rua, buscando um lugar meio a noite. Me atropela em silêncio. Sou a satisfação da descoberta, de um novo bar, do mistério dos dias, de quando a chuva vai cair, de quando posso sair na rua, do que é estranho.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É estranho, não sinto mais. Tu não cabe mais na minha intensidade. Aconteceu. O mundo em algum lugar estremeceu. Existem palavras que aprendi a usar... Quem sobreviverá quando eu me puser a falar?</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje tive medo por ti. O futuro não será o mesmo, escuta bem, os pássaros se puseram a cantar. Um verbo novo, alguém, viu, saiu, acordou, vestiu, aprendeu. É estranho porque não dói, não machuca, não faz falta.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meu, só eu, é um. Como parar? Não dá, já acabou, não esperava. Finalmente encontrei um lugar, aprendi como colocar as palavras. Farei coisas que nunca fiz, tenha a certeza. Ah! Cuidado menino, eu deixei de te amar.</div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-48850741189335920322021-09-04T18:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.493-03:00AliOs papeis amontoavam-se na bolsa, confundidos com verdades que já valeram alguma coisa. Houve um tempo em que minha vida esteve escancarada, liberdade a verdades que de tão alheias chegavam a ser coletivas.<br />
<br />
Voltamos, estamos no caminho, refazendo nossos passos. Má, triste e louco e tudo mais que se conseguir imaginar, posso ser tudo o que você quiser, só tenha medo quando eu não for mais nada. Poderei não te amar mais.<br />
<br />
Uma vida abafada vivendo numa bolsa pequena, silencio para ouvir as verdades manifestarem-se no movimento dos membros, submissos falarão em intimidade.<br />
<br />
Cuidado, pois sinto que estou deixando de te amar, e poderá não ter mais volta. Não me sorria, não me olhe, pois eu sou a fúria dos dias que virão. Te cuida menino.<br />
<br />
O único som que ouço, mora dentro da minha cabeça vazia, é minha voz, em eco, fazendo ressonância dentro de mim. A chuva já passou, e agora? Se não me falha a pouca memória, estou de consciência limpa, há de ser Amarelo meu pensar.<br />
<br />
Há de ter nós no que me vem a mente, é delicado, por isso não toque. Estive lá para poder ver, em verdade.<br />
<br />
Pontes serão queimadas. Homens? Ali os homens, serão esquecidos do outro lado do mundo criado por eles, serão a própria sorte, serão partes de um passados esquecidos. Numa beira de estrada qualquer, num café que nunca esfria, na tinta que logo seca, no toque da caneta, invadindo a privacidade do papel e no silencio na boca de um escritor qualquer, a vida, amarela, olhou o mundo pela primeira vez, foi ali.<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5s8u619AT58CAYN-DHeMF1awCeduglvIKfRrVKFzAAEeFo3i6tfgXrpy9OKUHKMo8cDjfJnR3U8OZ3-vibG6yQdlnaAVb0cjzpLseBRIWjiPj_XCPxlYxaVajb46ReExa18P45OiUiV-p/s1280/photo1628982687.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5s8u619AT58CAYN-DHeMF1awCeduglvIKfRrVKFzAAEeFo3i6tfgXrpy9OKUHKMo8cDjfJnR3U8OZ3-vibG6yQdlnaAVb0cjzpLseBRIWjiPj_XCPxlYxaVajb46ReExa18P45OiUiV-p/w480-h640/photo1628982687.jpeg" width="480" /></a></div><br />Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-90108771745462072622021-09-04T17:00:00.000-03:002023-05-24T16:02:04.501-03:00Lá<div style="text-align: justify;">Melancia, Coca cola, Pão de Milho e desejos de Paz.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era a alegria que enchia os carros e ia em busca de liberdade. Eu aqui, você aí, estamos em busca do desconhecido, atravessando o espaço, dias e noites. Tudo lá fora é escuridão, vamos ao limite do desconhecido, logo seremos a alegria de dias que nunca terão fim.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Lá eu serei feliz.</i></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um dia feliz por aqui é difícil de se ver, será a verdade, livre, estampada nas fantasias, caras, bares e humores. Uma batida e eu estarei aí com você, duas não serei mais eu, três, eu serei tu.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sou eu ali, refletindo no escuro da noite que passa lá fora. Desconheço por onde passei, mas seu bem para onde estamos indo. Quanto ao fim das coisas, será uma surpresa aos homens que esperam ansiosamente por um final.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;">Não sei bem como os dias acabarão, mas viverei a verdade de um desconhecido que se provará no limite de onde já estivemos, é lá. Carnaval. Será lindo, será Olinda, atravessaremos a madrugada, faremos os dias de cores que jamais foram vistos pelos homens. Homens assistirão tudo, verão para viver.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As ruas contarão nossas histórias, homens assistirão o fim de uma novela que há tempos começou. Sobre o amanhã, não posso falar muita coisa, só sei que estou pronto, estamos indo e é lá que eu serei feliz.</div>
<br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdDnkRgCaFoP2OdKhBuaEq7enDahV4251lYtH-FBQlHPBlwQ2Q1xJJ3-s9CE2WkB1ENB-70Y26xTRb363JgEAO-aHmGeId1Ty49TOaRKTy7MBAXIr1xUX9Co400PEVcIS6WRwMKaWy2L6k/s1280/photo1628983781.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdDnkRgCaFoP2OdKhBuaEq7enDahV4251lYtH-FBQlHPBlwQ2Q1xJJ3-s9CE2WkB1ENB-70Y26xTRb363JgEAO-aHmGeId1Ty49TOaRKTy7MBAXIr1xUX9Co400PEVcIS6WRwMKaWy2L6k/w480-h640/photo1628983781.jpeg" width="480" /></a></div><br /><div><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-25088297772574733312021-09-04T16:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.489-03:00A chuvaHá doze horas, chove sem parar, há muito o que se lavar da rua, meu pranto, meu passado e meu silencio que insiste em falar dentro do vazio que há em mim.<br />
<br /><div style="text-align: justify;">Choveu, as coisas molharam, precisei provar da terra em verdade. Meus segredos na memoria, minha voz em papel, vão dentro da bolsa, espero que não vejam água, pois me desfaço muito fácil. Me disfarço para poder fugir da água que cai.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estou em casa, o paraíso pode ser aqui também. Paro, penso, passo e conclui que sou um erro na história dos homens, ainda escondido por entre fatos que insisto negar. Sou ameaçado de extinção, sou raro e muitas vezes me sinto só.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Forjado numa dor qualquer, desconhecida aos sensíveis, provado em verdades, que já se foram na chuva que caiu, fui feito. Água, fogo, terra e ar, tentam simular uma humanidade que não há em mim. Dá certo, mas sai tudo errado e quando menos espero me ponho a chorar num canto qualquer.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tudo anda fora de lugar, a mala já esta desfeita, a vida também. A cama tem uma configuração estranha, toda errada, parece comigo. Parece que o tempo nunca vai mudar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Qualquer coisa que se diga poderá ser calado pela chuva que insiste em acontecer lá fora, aqui dentro é estranho, me sinto só, me sinto Sol. Os bêbados gritam em coros, o sono quer me levar para algum lugar nessa noite fria.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma hora a chuva irá, para longe, fazer viver uma sobrevida que se esqueceu o que era existir. Trazer verdades a um chão, que de tanto esperar, se despedaçou no sol, assim como eu. A chuva irá, e fará o chão, já rachado de esperar, acontecer.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQeTbc9yT2bqqkkukgBNv7Jog7n2EdN_sHQoTa7fvf9EVB1hSIUgI7c8Smq6TXay6cKcfPDIIFvD1CL7fhDMCeGS1LCHqIVOAwa4ZDjKt2K_FkV7YGIZBVE5R23O33rOqjbK1bg7eH7RK/s1280/imagem_2021-08-14_225746.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbQeTbc9yT2bqqkkukgBNv7Jog7n2EdN_sHQoTa7fvf9EVB1hSIUgI7c8Smq6TXay6cKcfPDIIFvD1CL7fhDMCeGS1LCHqIVOAwa4ZDjKt2K_FkV7YGIZBVE5R23O33rOqjbK1bg7eH7RK/w480-h640/imagem_2021-08-14_225746.png" width="480" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-22527418286517789982021-09-04T14:00:00.012-03:002023-05-24T16:02:04.488-03:00Quarta<div style="text-align: justify;">O farol apagou hoje de manhã. É, acabou o carnaval, as malas estão dentro de um buraco vão qualquer. Não tem mais importância, em sol partiremos, a saudade nos levará de volta para casa.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Cinzas para refazer a vida, roupas suja de uma felicidade diferente de tudo o que já vivemos, nuvens se movem em transformação, bombas atômicas que podem cair a qualquer momento do céu, amem, não será chuva.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ouvi o cantar do galo, madrugou, o homem que vive numa madrugada passou e chamou todos os seres, sejam de paz ou não. É o ultimo dia do nascimento de uma nova espécie, o sol veio saudar um novo homem. Sou Eu.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um novo tempo começou, uma vida demora a nascer. Já nasci várias vezes, nunca nascemos assim como morremos, conheço meus caminhos, sei por onde ir.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Esse paraíso também é teu fim, nascerá quando um alguém chegar, será onde tu estiver. Comemoraremos amando, em páginas sujas de coisas que não me pertencem mais. É pura comunicação. Não sou mais eu ali, trata-se de uma nova linguagem, os homens ainda não entendem. Os ensine a rezar, São Pedro. Te ajoelha, homem e me pede perdão, tua misericórdia dependerá do teu amor, só o amor poderá te salvar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nunca acabará, de todo os muitos males do mundo, somente um homem vos criou, só ele poderá vos ensinar como viver, São Pedro? Não é ele. Ficará um silêncio na sua existência, pois ele deixou de ser, já não existe mais.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois daqui, talvez nada mais será o mesmo, a pele contará histórias, as roupas carregam a felicidade nelas, faz barulho que o sol chegou e um bloco vai passar. Não sei o que falar, pensar, só sei viver o fim dos dias e esperar a hora da misericórdia dos homens.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É dia de missa, ajoelhem-se e façam o silencio de uma oração. Em sol, num bloco passando nas ruas vazias, o novo mundo virá, sobrepondo antigos, perdoando erros de homens que não sabem ser só.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Coração de carnaval vive pouco, mas se vive bem, numa fuga dos dias cinzas, sairá por aí em busca de ser. Epifânio não chegou a comparecer.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É Quarta, estamos voltando, a cidade talvez estará em fogo quando chegarmos, não será hoje ainda, atravessaremos o dia num lugar qualquer. Hoje é o ultimo dia no paraíso, o nascimento de um novo tempo. Falta o que falar, resta só dizer e começar a ser.</div><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMjRnseIANIlVumMWos_GapdaoxmIjwz1mKtT7RhfzJ6dAFUjiMi9egTINwkuNq5rxyYvIrOxLKzk7yIYJ2ksRoCqhU6qj4-XWLja1QJUxCfXaroFMjc6ApnWtZlTDLdvOwKXZc8AvTIIg/s1280/photo1628991867.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMjRnseIANIlVumMWos_GapdaoxmIjwz1mKtT7RhfzJ6dAFUjiMi9egTINwkuNq5rxyYvIrOxLKzk7yIYJ2ksRoCqhU6qj4-XWLja1QJUxCfXaroFMjc6ApnWtZlTDLdvOwKXZc8AvTIIg/w480-h640/photo1628991867.jpeg" width="480" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-49672028526518934652021-09-04T13:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.494-03:00Atravessados<div style="text-align: justify;">Estamos em comportamentos condicionados a determinadas situações. A noite atravessa tudo que o tempo já construiu, atravessa pessoas, me passa e fica um buraco dentro de mim.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mentiras são verdades vazias, esqueceram de acontecer. Uma hora para de existir de tão vazia, por conta do tempo que só a mal trata enquanto ela balança e tenta ser, nas ruas e ladeiras a fora.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O tempo nunca pareceu maltratar tanto, atravessa o mundo todo, esvazia a vida de si próprio, não dá espaço para aquilo poder ser. Não envelhece passe o tempo que for, não sei bem qual o fim das coisas, mas o bloco segue, e ainda que fique, o tempo nunca para.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Atropela a vida, acerta erros que jamais existiram, concerta o que até então era perfeito. O tempo não esquece de ser, ele está e existe, não podemos negar isso.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Existirá remédios que curem todos os males, os homens precisarão sobreviver. Amanhã o céu será amarelo, trovões anunciarão que tempo caminha agora, em outra direção, quem sabe será um novo tempo.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Falta o fim, porque o tempo levou. É só meio e começo, é tudo o que consegui ser, até de mim o tempo já se livrou pois, não sei mais quem sou. Me sinto inédito, será que o tempo sou eu? Na possibilidade do amanhã, que ainda não aconteceu, seremos fortes ou quem sabe no futuro nós seremos o desconhecido de um acontecimento que nem o tempo conseguirá explicar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3SjLqMQWWKVNaCcCt2WbTupJ_aMi-pEX5ykWIhZRYRO2ukmQ9-pRHsjgV-2obdp8sK0nQgUMITLbekmg-avx_RNU8KGM2_Y5VntgSapPBfvCx2Q2xvtQ8yOpGGpqHAvaVgpm9TFDU8QV/s1280/photo1628987490.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="1280" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhK3SjLqMQWWKVNaCcCt2WbTupJ_aMi-pEX5ykWIhZRYRO2ukmQ9-pRHsjgV-2obdp8sK0nQgUMITLbekmg-avx_RNU8KGM2_Y5VntgSapPBfvCx2Q2xvtQ8yOpGGpqHAvaVgpm9TFDU8QV/w640-h480/photo1628987490.jpeg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-8745894083703594152021-09-04T12:00:00.004-03:002023-05-24T16:02:04.486-03:00Dia de São Pedro<div style="text-align: justify;">É Sábado, sobrevivemos, o dia raiou, Maria acorde para chamar o povo, suas igrejas estão abertas, as ruas tem um grito de misericórdia. Amem! Os homens levantaram-se a tempo de ver o bloco passar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O sonho se vive acordado, estamos aqui, viemos para cá. Felicidade, amor, paz e gratidão foram desfilar na rua. Uma ciranda de malucos, crianças tocam o carnaval. Amem, é Sábado e esperamos a igreja abrir em multidões.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Batuca, balança o coração que faz tempo que não sabe o que é ser feliz. Encanta, canta que quase chora, é carnaval, a alegria só começou. Para os homens que não nos entendem, chato é o caralho, <i>Bolsonaro a puta que pariu!</i> É carnaval e eu vou pra rua viver dos pés que nunca param. Dançam de um desconhecido de cornetas.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje é Dia de São Pedro, subiremos a ladeira em fé, oremos um frevo em homenagem d'Ele. Amem! São Pedro, seguiremos numa marcha divina para os céus trazerem o sol. Maria já chegou e o bloco pode sair.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma taça de vinho para afastar os monstros, revelar paixões, saciar os homens. O bloco vai sair, passaremos num espirito de paz, vitrais faltam de verdades antigas. É quente, sábado. Carnaval. Hoje, é Dia de São Pedro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<br />
<br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhob0T3l0OpeLvV53gL3sBosV8oV4kxm4qyxDtLoXHNymnn0tjb-mxPAkaDEfO_vjp5L5K5LuAaW7ORdDmwdzjOeld0RzCkkBP4m5uzqW9JwE7zNVZdcGt0dQpA7MvMC84eg0NUMdObzpm6/s1280/photo1628984754.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhob0T3l0OpeLvV53gL3sBosV8oV4kxm4qyxDtLoXHNymnn0tjb-mxPAkaDEfO_vjp5L5K5LuAaW7ORdDmwdzjOeld0RzCkkBP4m5uzqW9JwE7zNVZdcGt0dQpA7MvMC84eg0NUMdObzpm6/w480-h640/photo1628984754.jpeg" width="480" /></a></div><br />Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-69761469033463970172021-09-04T11:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.498-03:00É Carnaval, São Pedro!<div style="text-align: justify;">A chuva cai lá fora desde cedo, são as águas de São Pedro. Acorda gente! A alegria vai passar, a chuva cairá pra lavar as ladeiras para um novo tempo que vai passar.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Faremos fogo para celebrar a noite de dias bons, que ficaram para trás, beberemos alegria de todas as cores. Amarelo virá, o Sol insiste em não nascer para os homens.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A vida é boa, só colhemos daquilo que plantamos, há verdades que demoram mais que outras para nascer. Os homens precisam aprender a esperar. Essa é a lição dos tempos, que hoje são outros. Espera que uma hora tua verdade chega, ainda que ela seja torta.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">No cair de uma multidão esperando o novo, São Pedro tentou chegar, mas não deixaram passar. Você voltou de brilho na cara, feliz por ter feito cirandas por aí, e eu que penso de mais, me conjuguei em erro.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É o calor de carnaval, a pele nunca brilhou tanto, o chão nunca viu tanta gente assim, você nunca esteve tão lindo do meu lado, aqui agora, vivemos em verdade, em um só.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Dividir, multiplicar, somar e sub-trair, e no passo do bloco os homens subirão ladeiras no compasso do tambor, no toque da corneta, dançando frevo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Chora São Pedro, o mundo hoje é feliz contigo. Hoje é segunda feira e é Carnaval, São Pedro!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_JZVL5KlElRYB29mezR9g19bBJMKvr8FGCdnf_yppP9RekBsTuQC-ogr0Kq9nutPAylD5fgMaoPNJN5OE9qsrEaxoEZzhC4oeELgTXemDJn2btvyHBIgunq622Uaf5PVHXrkWAOU8OG2j/s1280/photo1628984137.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_JZVL5KlElRYB29mezR9g19bBJMKvr8FGCdnf_yppP9RekBsTuQC-ogr0Kq9nutPAylD5fgMaoPNJN5OE9qsrEaxoEZzhC4oeELgTXemDJn2btvyHBIgunq622Uaf5PVHXrkWAOU8OG2j/w480-h640/photo1628984137.jpeg" width="480" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-41606404474877397552021-08-28T10:00:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.492-03:00Céu<i>Eu descobri que o céu não é um lugar.</i><br />
<br />
Acordei, nem mais a esse mundo pertencia. Eu era uma nova espécie, estava além de uma genética hereditária, a heresia de um tempo que não sobrevive ao amor.<br />
<br />
Longe de tudo que eu já pertenci, estava alto, eu tinha asas, ainda não sabia voar. De tombo em tombo, provei da gravidade. Cair nunca foi minha maior qualidade, nem meu maior defeito, aprendi a saber me levantar, a secar as lágrimas, a curar feridas e também a ser feliz.<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkMS_kMVJL4YtDUb-vHUlW_XNTkMTIF1RzkFDHuNQSJtWD01x3MZUkwm8GNU-kyBHIpXNIuT7CJOYcJZlaBVX7l7Y-ry1EVqEPLrHbelBqrXY46meha5IZaS7NTptPIya7VxWRE3tsnG6y/s1280/photo1628981961.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="863" data-original-width="1280" height="432" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkMS_kMVJL4YtDUb-vHUlW_XNTkMTIF1RzkFDHuNQSJtWD01x3MZUkwm8GNU-kyBHIpXNIuT7CJOYcJZlaBVX7l7Y-ry1EVqEPLrHbelBqrXY46meha5IZaS7NTptPIya7VxWRE3tsnG6y/w640-h432/photo1628981961.jpeg" width="640" /></a></div><br /><div><br />
<br />
Voando, vivi vendavais, tempestades que de baixo são apenas chuva, ventanias que homem nenhum jamais entenderia, dias amanhecerem, a lua se por e as estrelas caírem sob meus pés. Olhar para baixo, não era mais tristeza, é que a gente nunca se contenta com a própria verdade.<br />
<br />
Estratosférico, ultrapassando barreiras, que nem sabia que existiam eu visitei o Sol. Eu era o silêncio do vazio da imensidão do espaço, gritar seria vão. O som necessita de algo para existir. A terra é mais bonita vista de cima.<br />
<br />
É difícil acreditar quando a hora chega, quando a verdade do tempo se prova. Eu chorei quando me vi ali, numa cor, vivo, longe de um lugar, voando e feliz. Eu aconteci. Tive força para aguentar a subida, para saber cair e levantar.<br />
<br />
Meio a toda confusão, a tudo que aqui poderia ser e acaba não sendo, descobri que o céu nunca se tratou de um lugar, nunca foi um limite, não limita a vida. Pra quem acredita, tem força, sabe que pode e quer ir muito mais além, o céu é apenas uma cor. <div><br /></div><div>E ele é azul.</div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-44323569576889278232021-08-21T10:00:00.002-03:002023-05-24T16:02:04.493-03:00O texto<i>É o ser explicando a próprio ser, só se é, se prova sendo.</i><div><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou escritor, e dizer isso me doí. É uma fala que me rasga a garganta e suja toda minha vida de tinta, afoga seres, salva espécies. Escrever não é comunicação, é religião, escrevo em silêncio de oração, pedindo aos deuses que no fim do texto eu esteja salvo de mim mesmo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem textos que eu dou fim a eles, há textos que dão fim a mim. O ponto é final, e estou ali, sujo do meu próprio sangue, em silêncio, clamando em palavras pela salvação. É o socorro de uma alma que só tem a isso, um texto. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Me salvam, são fatos sobre mim, que de tão meus, não ouso dividir com ninguém. Versões de cada um que talvez ninguém conheça, a água leva, é leve. Sou eu, despido até mesmo de mim, busque e encontrarás a verdade, estaria eu salvo? </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Visceral, nascem de mim e me consomem até a última letra, me usam, castigam, apertam e saem por aí, atravessando dias, noites, corações, até que o tempo pare. Tem texto que é tiro, tem texto que é flor, eu? Sou só um escritor.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqcOVjmHNxsq4QI1CihRSI3LhXNevhrg1mI31HOENkR8EPvsSritWT189gXNx67YlpNCCt8dACT5SRNcbAnAi29FZy-ZOFPLgrpyR6LXXxg_Ui14NH3Mo5mP21vpqSIN7i27e3-xhXWfHz/s1280/photo1628981271.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="937" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqcOVjmHNxsq4QI1CihRSI3LhXNevhrg1mI31HOENkR8EPvsSritWT189gXNx67YlpNCCt8dACT5SRNcbAnAi29FZy-ZOFPLgrpyR6LXXxg_Ui14NH3Mo5mP21vpqSIN7i27e3-xhXWfHz/w468-h640/photo1628981271.jpeg" width="468" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sentencio, crio, destruo, liberto e morro pelas próprias mãos. Ser eu é insuportável. Fujo de mim mesmo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ameaço minha espécie, a humana. Acabo amores, condeno os tempos, e há quem diga que estamos em paz. Em paz nunca estive, depois que me pus a falar, há muitas histórias que ainda não contei, futuros que só existem em mim, é solidão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tem texto que é grito, para encontrar alguém, seja lá quem for. Solto na tentativa de me salvar da solidão, quem sabe minha espécie me salve. Florestas queimam fácil, papeis não me salvam mais, a tinta se desfaz na água, o coração também.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Escrevo, na esperança de permanecer vivo, para me libertar de mim mesmo, da minha solidão, de ser, de estar, de existir. Me faço na esperança de me entender, mas não se entende sem antes ser, e eu não sou, e não me contento em não ser, pois isso já é algo. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou tanto teu, quanto és meu. Existem, pois eu vos criei, eu Escritor, vos dou a paz, eu lhes entrego a paz. Direi uma palavra e serei salvo? Amem!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div><div style="text-align: justify;">Os fatos se explicam, se conversam, se destroem, viram verdades, atravessam pessoas, falam do que jamais existiu, gritam e calam. São pessoas, são coisas, seres, vozes e partes. Além da comunicação, do que se fala e do que se lê, habita tudo, sem pertencer a lugar nenhum. É livre, mesmo preso ao silêncio branco do papel. Se basta, se explica, é.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É texto.</div></div>
Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-12828238538723253762021-08-14T19:00:00.016-03:002023-05-24T16:02:04.487-03:00Sol<blockquote class="tr_bq">
<i>Esse texto nasce na noite, é texto lua, mas precisa do sol.</i></blockquote>
<div style="text-align: justify;">
Lembro bem do dia que voltei do sol. Quando o visitei e queimei na mais pura entrega. Fui Ícaro. Em gravidade me deixei levar, fissurado na fissura do espaço-tempo, eu era um átomo, pequeno corri depressa, estava preciso.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Sol me precisou e fui, voando alto, buscando a verdade há tempos perdida. Despedido do chão, que por muito tempo foi minha casa. Hoje hábito um lugar entre a lua e o sol, fugi num disco voador.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Meus papéis queimaram, as palavras se perderam, fugiram de mim. A voz sob a luz, mudou, o tom é outro, os dias nascem com outros sons e o mundo gira diferente. Sou a revolução do mundo, o vento sopra e vai longe. Tudo está de ponta a cabeça.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A órbita é incerta, só sei que voava perto de lá. Possuído, eu possuía luz. Em alta frequência fui atravessado, aviesado, já nem era mais eu. Me vi em ciência, amor e religião. Fui Deus para homens que nunca puderam voar. Minha força vem do sol. E eu não vou desabar em mim.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O passado virou luz e o sol foi perdão. Eu era Deus sendo perdoado, sendo refeito para poder voltar a terra dos homens. Um novo sexo, um amor inédito, um monstro e um mistério, indetectável. Eles não me viram, fui o silêncio, pois o sol queimou meu som.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dancei uma música qualquer. No vazio do espaço eu era alguém, pura matéria, ocupei espaços, justifiquei desacontecimentos. O sol era eu, fui ao sol. Num fenômeno, tive força, luz, um amigo, era o astro e era eu.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRH0F-xp-qTM8S943hia3v3JF3smVz8l6b1vGQ05F8nhOEfuiia8TVIFG5zXtjs7CmLEm25SEGWQLCIJjO5FIuUcCSBtecNcbEis5fdeNApCGXFV1DqxIj2SsDvMaBWNAlq-wtz7BvdfiN/s1280/photo1628978067.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRH0F-xp-qTM8S943hia3v3JF3smVz8l6b1vGQ05F8nhOEfuiia8TVIFG5zXtjs7CmLEm25SEGWQLCIJjO5FIuUcCSBtecNcbEis5fdeNApCGXFV1DqxIj2SsDvMaBWNAlq-wtz7BvdfiN/w480-h640/photo1628978067.jpeg" width="480" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;">
É Novembro e estamos indo para o lado de lá, veremos exatamente onde estávamos e o que deixamos para trás quando o tempo passou. Dançamos, queimamos, fomos noites de escuridão e também fomos luz. Na esperança de um futuro bom, o sol trouxe o inesperado de uma vida que eu mesmo não pude prever, nem imaginar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Há dias que foram feitos para mim. O sol é meu amigo e até mesmo nossos amigos nos abandonam, não seria certo se não fosse diferente. Nem sempre fomos amigos, descobri no sol a companhia da solidão.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Amarelo, estava livre de todo mal que pudesse existir, purificado. Numa fresta de existência o sol entrou e me invadiu. Arrogante, fez vida a toda potencia que existia em mim, foi quando me pus a nascer.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Voltei à terra, quando desci, cai em mim, a água amorteceu a queda, a profundidade de mim, permitiu a sobrevivência. Estava de volta do sol, era Deus, luz, vida e pura energia. Inventei formas de amar, orientei, iluminei, queimei vidas, pus espécies na ameaça de extinção e brilhei na escuridão de um mundo que se escraviza em guerra. Eu tenho a liberdade, agora sei voar!</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O céu é só uma cor. Voltei do sol e aviso aos homens, que eu cheguei em paz.</div>
Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-12141309449495783282021-02-28T22:43:00.009-03:002023-05-24T16:02:04.487-03:00Explicações <div><br /></div>Quis ir, descobrir onde o sol se esconde quando se põe, onde nasce a chuva que tem o cheiro de barro molhado. Subir e entender porque o céu é azul, venceria a gravidade, furaria a atmosfera, seria o fim dos homens.<div><br /><blockquote><i>
A vida não tem explicação, não há o que justifique a humanidade. A solidão de uma espécie que floresceu no vazio do universo. Inteligência? Misericórdia senhor.</i></blockquote>
<br />
Na esquina do Universo eu vou esperar meu amor voltar. O céu é só uma cor. Verei as estrelas passarem, dançarem, nascerem no ventre de uma mãe desconfigurada, já cheia de si. Sufocada, gritou no vazio, virou eco, deu a luz.<br />
<br />
Um dia descobrirei o porquê das coisas, buscar as explicações que me faltam. Serei a ciência de mundos que vão além do papel onde escrevo. Hábito cada um deles, eu vos criei, seria eu Deus? Crio no meu tempo.<br />
<br />
Ver onde o mar acaba, onde moram todos os pássaros. Fugindo de uma epifania que criaria uma comunicação nova, eu seria uma mensagem jamais ouvida, uma garrafa perdida num mar de superficialidade. O que a lua esconde quando se esconde?<div><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2yE-tx65Ytmv0x360RTkyxRWfLQcFGj7yLoW6EHqP7qdboLpRDqYOwzImrUffLOy1T9z-bBLVfeALcQcf3b2y1iuO9dn8lk4RJkTGBo2s1AJSII6G788FrtMsv_bPhvsk8dveLEATpBex/s1280/thumbnail_IMG_20200619_173425084_2.jpg"><img border="0" data-original-height="1280" data-original-width="959" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2yE-tx65Ytmv0x360RTkyxRWfLQcFGj7yLoW6EHqP7qdboLpRDqYOwzImrUffLOy1T9z-bBLVfeALcQcf3b2y1iuO9dn8lk4RJkTGBo2s1AJSII6G788FrtMsv_bPhvsk8dveLEATpBex/w480-h640/thumbnail_IMG_20200619_173425084_2.jpg" width="480" /></a></div><div><br />
<br />
Atravessaria o tempo para chegar no amanhã. Eu nem me pertenceria mais, fora do tempo seria inexplicável justificar tudo que faço. Ainda seria eu? Sou feito de amores e histórias. O amanhã parece sempre estar atrás de mim, sou o futuro.<br />
<br />
Há estrelas que não brilham, o céu é um passado que se vive no presente. A luz nunca deixou de existir. Tu tem brilho que sai de dentro, quando se põe a me olhar e me sorri, a mesma luz que invade o filho do sol. Alguém que fez o amor parecer pouco. Tu.<br />
<br />
Quero saber de onde vem as almas, para onde vai o vento que me leva de mim, onde nasce a luz. Retrocedido ao incio do tempo, iria procurar o insuportável de saber de absolutamente tudo. Eu seria Deus tentando se entender.<br />
<br />
Me basta saber que eu sou aquele que não precisa se explicar, porque sou o que se é.</div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-82154211744572748702021-01-18T20:02:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.499-03:00A MentiraEm algum momento da história eu fui a mentira que virou verdade e nunca mais foi esquecida<div><br /></div><div style="text-align: justify;">Não se trata de ser eu, trata-se de quem eu sou, como sou. Isso não é sobre mim, é sobre alguém que talvez eu seja. Uma mentira. Preciso, exato, com hora e lugar para acontecer, sem tempo que se prove, sem retórica, sem réplica. Sou eu ali, inventado os fatos, fugindo de verdades. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os fatos não negam, não sou eu, é alguém que nunca fui, que de tanto ser eu, acabou sendo. Fazendo o que quer que seja, num lugar qualquer do tempo, no fim, fez de mim verdade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sujo, imundo e detestável. Nada que eu digo provará o contrário, minha verdade é outra, é fraca, a palavra de nada adianta, é inventada. Num dia qualquer eu fui a mentira e nunca mais voltei a ser eu. Sou eu. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Me inventam, me levam, trazem, botam, refazem e me fazem verdade, eu, mentira. Não há paz em peito algum, só culpa, por se ser quem é. Provo do ódio de mim mesmo com a culpa de verdades que nunca aconteceram. Os muros erguidos não adiantam. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Há versões de mim que dizem mais sobre eu que qualquer um. Não há espaço para mim. São olhos de dúvidas, um amanhecer de incertezas, silêncios de angústia e escuros de mentiras. Não há espaço para minha verdade no tempo, o tempo nunca esteve a meu favor. Fui traído, o nunca me provou e nunca me esquecerei disso. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Todos meus monstros estarão vivos em mim. Será o nascimento de uma nova espécie, o fim da humanidade. A raiz de todo o mal. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Estou fadado ao fim, de então ser quem nunca fui, de provar de sabores dos dias amarelos, um tempo eterno onde eu viverei preso num instante qualquer, uma aliança com a dor e uma certeza em mim, que eu finalmente me tornei a verdade. Estarei no futuro provando o passado. Serei um fato e todo o espaço e tempo do vazio de mim existirá.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Deus estará longe o bastante para me socorrer, eu estarei no inferno dançando com meus piores pesadelos, vivos em mim. Serei um corpo no espaço. Uma vida perdida a tempo. A dor por ter sido eu. Não haverá luz alguma que possa me guiar. Inércia, vazios e abismos onde um dia existiram mares. Serei, sem eu. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Finalmente eu serei a verdade de uma mentira. </div><div><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFb_drCLLMyQzchigKyU5cNuXi393P3EF_z_l-qJuF9vsxwbJ6UqnZ12ZizrhiC8-FQpMlMPEXZlBSc-OGHN2B0yrXb5niCVouTpr4Dgh5MhfD2lYfGEi9_1et8aIKh2QhWOfx290AZzUv/s1600/1611010938062829-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFb_drCLLMyQzchigKyU5cNuXi393P3EF_z_l-qJuF9vsxwbJ6UqnZ12ZizrhiC8-FQpMlMPEXZlBSc-OGHN2B0yrXb5niCVouTpr4Dgh5MhfD2lYfGEi9_1et8aIKh2QhWOfx290AZzUv/s1600/1611010938062829-0.png" width="400" />
</a>
</div><br /></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-62638319061438034442020-12-28T20:31:00.006-03:002023-05-24T16:02:04.496-03:00Coração de tinta<div style="text-align: left;">Vou te confessar, eu dormi com meu personagem.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">São muitos papeis, em alguns dele até já chorei. Há nomes espalhados por todos os cantos, listas de passados que acabaram. Orações, santos e pagéis. Parece uma festa, mas é uma mesa de jantar. Amores pagãos, vidas insignificantes, desfechos de heróis que não possuem poderes e nomes que todos já ouviram.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Chamo um para conversar, conhecer o passado. Há quanto tempo que não nos vemos? Como foi viver todo esse tempo numa gaveta qualquer? Desculpa minha distância, mesmo estando tão perto, é que tenho esquecido até de mim mesmo. As histórias pareceram se confundir. A realidade acontece antes da ficção.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Os tempos hoje já não são mais os mesmos, o mundo lá fora é perigoso, as pessoas estão loucas, é confuso viver hoje. Saia sem hora para voltar, mas volte, não tenha destino, só não vá muito longe. As ruas estão cheias de pessoas mortas, tentando muito viver uma vida pouca. Cuidado quando decidir ir embora.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Você é feito de tinta, então se esconda da chuva. És bonito, lindo, te fiz forte, te fiz para ser meu, mas teu coração se desmancha fácil, garoto. Cuidado onde for mergulhar. O tempo vai provar da tua existência, os homens te conhecerão em verdade. Tu ainda é um mistério.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Nem sei bem para quem falo, só sei do que quero dizer e nada mais. Corações de tinta, pensamentos em papel, peitos em chama, vontades no ar. Nunca ouvi tua voz, nem sei bem como tu és, mas se me permitir posso passar o resto dessa noite do teu lado. Se quiser eu te faço eterno, inesquecível.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Posso provar do teu amor? A cama é de solteiro, mas tem muito espaço vazio nela, eu ainda sou pequeno e não preciso de muito. Lá cabe bem nós dois. Me conta tuas histórias, me fala como foi o tempo sem mim, diz quem tu descobriste ser naquela gaveta. Te vivi em mim por muitas noites, hoje sentei aqui e comecei a te falar.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Desculpa meu choro fácil, há felicidades fazendo uma festa no meu peito. São tempos de felicidade garoto, tive saudade tua. A chuva já passou e por sorte posso te levar para passear. O caminho já está escrito, uma hora conhecerás a verdade. Tenho medo do amanhã, de como será após o fim, e digo aqui, teu fim ainda não está pronto.</div> <div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Em uma carta estará meu adeus. Quando a história acabar, estaremos todos nas mãos do próprio destino, pois só me é conhecido até o último nascer do sol. Talvez nem eu exista mais, por isso garoto, se prova de ti, me conquista nos dias que estiver por aqui, mergulha em mim, mas não vai fundo, que eu sou todo água e o teu coração é feito de tinta.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><a href="https://www.blogger.com/#"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGp88R3cbFXa-U80bbql9KhCXpOzJu5w0wDGPwxK6un1p9l4FGu71s0IQ5N2XuK_Qi_8WqULFDxhdlm0_Y6H-OPwyqFb_t11dQvCweA0aoDrmxV9au5WueExXBYs7x13cHuQaLO-F7ECGd/w530-h640/photo5139097527407192298.jpg" /></a></div><br />Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-50276049082933055632020-07-13T21:50:00.006-03:002023-05-24T16:02:04.494-03:00Medo<span></span><span></span><div style="text-align: left;"><i>Não sei para quem possa está escrevendo isso, isso é quase um pedido de socorro.</i></div>
<div style="text-align: left;"><br></div><div style="text-align: left;">Estou com medo, não daquele que me deixa sem dormir, sem ir a lugares escuros, mas o medo que me deixa sem saber de mim, pois eu estou sendo ameaçado de existir.</div>
<div style="text-align: left;"><br></div><div style="text-align: left;">Sou forte, infelizmente sobrevivo aos vendavais. Só que infelizmente testemunho a todos eles na agonia de esperar tudo passar. Assistir em choro, em desespero, ver o tempo passar, as coisas me irem e não poder fazer nada.</div>
<div style="text-align: left;"><br></div><div style="text-align: left;">É uma ótima hora de vestir a fraqueza. Sem máscaras, sem meias palavras, sem silêncio, serão os piores gritos que já pude soltar um dia.</div>
<div style="text-align: left;"><br></div><div style="text-align: left;">Ser eu foi destinado a mim, ninguém suportaria viver no meu lugar. Viver não tem pausa, não há trégua, muito menos, fuga, só se vive, reza e espera tudo passar. Eu não suporto me viver, é penosa minha vida, e peço que não tenham pena de mim.</div><div style="text-align: left;"><br></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb_HP1o-fkrbl-40yWdRqWVQxK2yjGueyYOTUT-8voN7O3TSUHlLTD6glPiZLE5zyU1HaN88FjfSM3uv6pbhpyMMfGVnowIdakOoxr9HY_cOwYyBlRQlqTs8DaRVle5BCoE5f61MhmTFl0/s1440/C360_2020-07-13-21-46-57-766.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1440" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhb_HP1o-fkrbl-40yWdRqWVQxK2yjGueyYOTUT-8voN7O3TSUHlLTD6glPiZLE5zyU1HaN88FjfSM3uv6pbhpyMMfGVnowIdakOoxr9HY_cOwYyBlRQlqTs8DaRVle5BCoE5f61MhmTFl0/w640-h480/C360_2020-07-13-21-46-57-766.jpg" width="640"></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br></div><div><i>
Nunca desejei tanto ser fraco, é pecado pedir isso?</i><br>
<br>
A minha maior fraqueza não sou eu. Há coisas que não são sou. A culpa por tudo é devastadora, ainda não consigo me perdoar por falhar comigo mesmo.<br>
<br>
Os planos estão na bolsas, há diferentes cartas para diferentes versões de mim. Nem eu mesmo sei mais onde estou, parado no tempo talvez, me vendo ameaçado de todos os lados. Sendo forte e esperando tudo isso passar. Infelizmente sobrevivo.<br>
<br>
Não consigo fugir de mim, <i>desfingir</i> o meu ser, negar a mim, sou forte e nem mesmo eu posso comigo. A gente se descobre quando não tem mais nada, e eu já descobri diversas vezes quem sou.<br>
<br>
Cálculos me cansam, eu já cansei de me calcular e me prever. Prefiro deixar o destino me acontecer, mesmo sabendo que fim isso tudo possa ter. Meu corpo clama por calma, o abandono não será novidade, sofrer virou rotina. Praticamente constante dada na equação.<br>
<br>
São os últimos dias de sol, até que ele volte a brilhar. Infelizmente se sente, e eu sinto muito. A técnica falha, o descaso é maior que a insanidade. Se o fim é dado, que se viva o que ainda resta, porque talvez nem eu serei mais eu.<br>
<br>
Esse é um pedido de socorro, ao mesmo tempo que é um grito de salvação, é um cantar de libertação a mim mesmo e tudo que há em mim.</div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01591529805210561525noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-72808651869559183592020-06-29T09:00:00.003-03:002023-05-24T16:02:04.498-03:00Longe<div style="text-align: left;">Qual distancia guarda nosso peito das coisas que são nossas?</div><span><div style="text-align: left;"><br /></div></span><div style="text-align: left;">Aqui, não é agora. Tenho andado fora de tempo, fora de espaços. A vida se entortou, se estranhou de si, nem sabe mais ser vida, vivida, esqueceu como chegou até aqui. Longe de tudo, é vácuo, é estático, vidros, bipes e janelas fechadas enfeitam as paredes.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Certas distancias são insuportáveis de se viver, houve dias que eu estava a anos luz de mim, em outros eu era tão eu, que me estranhei e me senti distante até mesmo de mim. Perto e longe. A gente é assim, guarda os dois lados do mundo dentro de nós.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">De longe tudo é um ponto, perto, sou eu tentando entender a origem das coisas. Sem entender bem o mundo, as pessoas e a vida, passeio pelo céu buscando achar a verdade que explique os dias. Ar rarefeito, silêncio, azul e eu voando sobre os homens. O mundo está em guerra.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Estou longe, até eu mesmo fico para trás nessa subida. Por um momento sou só eu, um corpo, ausente de tudo que se possa imaginar. Livre até mesmo de mim. Tudo que há é o minimo para se sobreviver, o pensamento nem chega a existir.</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinefT_SEJQ23wubUML0Wt9u8ra3GcQQr2Hm-7HSHfsjSr5m0Jr9t5R2r7Xi65Bmk0pFrOrpiNwS7GoyMVJ_I5zdrQvGgNEyBieLQ-qu2UV44G3GJaEQfmXSyE82g8dBv8R96YFQcDsZBZR/s1600/1591887779234351-0.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEinefT_SEJQ23wubUML0Wt9u8ra3GcQQr2Hm-7HSHfsjSr5m0Jr9t5R2r7Xi65Bmk0pFrOrpiNwS7GoyMVJ_I5zdrQvGgNEyBieLQ-qu2UV44G3GJaEQfmXSyE82g8dBv8R96YFQcDsZBZR/w479-h640/1591887779234351-0.png" width="479" />
</a>
</div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">O tempo anda esquecido de si, os espaços trocados. Onde anda Deus? Entregues a própria natureza, somos somente criaturas, trocando as palavas, esquecidos de velhos hábitos. Ainda me lembro de quando era fácil escrever.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Devagar, assisto o espaço ser rasgado, as luzes da cidade ficarem para trás. Sou testemunha de coisas que ficaram esquecidas quando me pus a mudar. O tempo fugiu de mim, vivo fora de hora, sem saber de momentos, fogos e até mesmo de dias.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">Extrapolado, estou sobrando em uma linha, a do espaço-tempo, sobrei numa curva. Distante de qualquer luz que se possa ser pelo menos ouvida, hoje, eu me sinto longe de tudo que um dia já me pertenceu. Cheguei até aqui, sem saber que não estou no agora.</div>
<div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;">É longe, não faz diferença se perguntar, como cheguei até aqui, quando tudo aconteceu. Agora, não aqui, não perto, diferença nenhuma existe. Tudo está longe.</div></div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-83887637900870438712020-06-11T11:46:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.500-03:00Mar<div>O mar que se sente, é a gente. Profundidade que alimenta, beleza e escuridão, que habita em nós, é nosso, é mar, amar. O sal, o sol, o chão e eu, me provando de sentimentos insolúveis até mesmo em toda agitação. A solução sempre encontramos no mar, nosso começo, meio e fim.</div>
<br />
No fim de toda história há mar. Azul, infinito e eterno. Somos mar, onda, que vem e vai, e nunca acaba, vento que sopra, muda, mudo e balança. Temos pedaços do céu aqui também. Há um pedaço do mar escorrendo pelo teu pescoço, suado de tanto amar, sal e luz para guiar os caminhos.<br />
<br />
Se mergulhar, poderá não sobreviver, traiçoeiro, há coisas que ainda desconhecemos no meio de toda imensidão Profundidade, há lugares onde nem a mais forte das luzes poderá nos alcançar, lá mora o esquecimento.<br />
<br />
Habitando monstros, sabemos exatamente onde se escondem, estão todos aqui. Força, o mar se prende, prende, afoga, mata e destrói quem quer que ouse ir contra suas regras. Se for vivo, te levarei, após será somente um corpo, nem os homens poderão lhe salvar.<div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgROw4rujJmPL-mPXU9Se-p466yPTgmSnc0vfhduFI7N7v8B74_eDDXvDVwCLH_Uw_ZALqJuLw-b4YPatW0lroAqXMjaSluGrzHOgOS3-3FrCySJtZ5Q8GGt_dFup5yeThWumLx-1W22lmE/s2000/1591886693155.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1124" data-original-width="2000" height="360" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgROw4rujJmPL-mPXU9Se-p466yPTgmSnc0vfhduFI7N7v8B74_eDDXvDVwCLH_Uw_ZALqJuLw-b4YPatW0lroAqXMjaSluGrzHOgOS3-3FrCySJtZ5Q8GGt_dFup5yeThWumLx-1W22lmE/w640-h360/1591886693155.jpg" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div>Perto de amar, longe de toda proteção que envolve o coração, há um mar, poder e destruição. Permissão, em todo lugar que o mar toque, não se pede, o mar é invasão. Não se pode evitar amar. O mar acontece, existe e é. Sou de feito de amor e dor, vim de dentro do mar.<br />
<br />
Não sei quando se puseram a me tirar dali. A água que o fogo insiste em provar, perigo, vida e sina.<br />
<br />
Sensual, seduz, dança e encanta, a ondulatória se prova, toda ciência não explica, explica nós. O mar se sente, perto ou longe. O mar é um sentimento, sou eu oscilando na superfície, contando em grãos de areia, futuros que nunca acontecerão.<br />
<br />
No fundo de ti e de mim, há mar, amor e o desejo, de poder encontrar terra firme seguindo o caminho das estrelas que moram em ti. Mergulhar no imenso que habita em cada um de nós. No começo, meio e fim, haverá amor, existirá o mar.</div>Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-29302517682299456692020-03-28T16:17:00.000-03:002023-05-24T16:02:04.490-03:00A Pele<div style="text-align: left;">
Ninguém imagina, mas levo marcas em mim que nem o tempo será capaz de apagar. A alma tem cicatriz, por muito tempo sangrei, há sangue em todo lugar. Os gritos do meu peito ninguém chegou a ouvir.</div>
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div style="text-align: left;">
Foram feridas que pensei que nunca fosse sarar, dores que pensei nunca fosse superar, um corpo era tudo que eu tinha e nada mais. A pele forte me impedia de fugir. Lutei, por dias, horas, meses e houve dias que nem eu fui. Perdi a conta das vezes em que havia desistido de existir. Era só solidão e esperança.</div>
<br />
<div style="text-align: left;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZCv3saCLNCqKJzDg8eZehZ9RDOrIx2G29JCJz-UJk6ofiJBKh1ZUVTKCHq4X5VhGWHnKcCvvGvz0WcHO2tdZzSI56aSEWEzXj5jSIBTC6capwrXWE43tMgfJ9aPuWVMXk_rJVXNeBl39Q/s1600/1571187802388795-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZCv3saCLNCqKJzDg8eZehZ9RDOrIx2G29JCJz-UJk6ofiJBKh1ZUVTKCHq4X5VhGWHnKcCvvGvz0WcHO2tdZzSI56aSEWEzXj5jSIBTC6capwrXWE43tMgfJ9aPuWVMXk_rJVXNeBl39Q/s640/1571187802388795-0.png" width="480" /></a></div>
</div>
<div>
<br />
Nem toda dor dura pra sempre, não há tempestade que não se acabe. Quando menos vi já não doía mais. O tempo se abriu e eu deixei o sol entrar em mim. Na solidão, me fiz forte, no silêncio aprendi a gritar, e libertar meus maiores monstros, e na fraqueza fiz da minha pele minha armadura.<br />
<br />
O tempo curou as feridas, aprendi a superar a dor, por pior que ela fosse, do vazio de ser nada vi a possibilidade de ser tudo e isso me assustou. Escolhi ser amor, e amar como se nunca houvesse existido um dia na história da humanidade, eles que se preparem.<br />
<br />
Há marcas que vão além, da pele, são marcas da alma, sei né, onde todas elas habitam. O perigo pode vim de onde eu menos espero, mas a pele é forte, armadura. Osso, marcas e um coração valente para viver os dias que virão.<br />
<br />
Hábito em mim, existo, sei bem quem sou e grito forte para que todos ouçam. Meus monstros estão livres, assim como eu, e minha palavra é única. Só quero ser feliz vivendo e não ser só.<br />
<br />
A pele tem história, é meu lar, minha perdição. Meu limite, morada das minhas cicatrizes de quando era criança, o arrepio da vida adulta. Poesia de uma vida que se cansou de viver de feridas e cicatrizes.</div>
Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6542174610589529224.post-18047833722023618132020-01-18T00:04:00.001-03:002023-05-24T16:02:04.488-03:00Continuar<div style="text-align: justify;">Ultimamente precisei ter voz e a fala me faltou. Parece que desaprendi as coisas quando me pus a chorar. Tenho tentado escrever sobre diversas coisas, os assuntos mais variados possíveis, nada sai.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os dias andam cheios, os pensamentos são muito, os sentidos são poucos a mente nunca para num lugar só. Me pego sendo Clarice, Pedro Henrique, Heittor, Anderson, Vitória e o principal parece me faltar, Eu, só que sem eles não existo.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Meio aos papéis, pareço ter perdido minhas falas, meu discurso, não dá pra refazer passos de uma vida inédita. Preciso achar minha voz, meu tom, a cor de mim. Não consigo querer sem me saber.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Iluminaram meu interior e eu me assustei com o que vi, era só vazio, fazia eco quando se falava. Talvez esse seja meu medo, lidar com meus os ecos quando eu me por a falar e eu falo muito. Preciso pensar dentro do meu pensamento.</div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3NkG0zHl9wpDQhiai4DMz8kNSTLUPHw0TzuC8tsCPSupgUG0EWQCZGVXDIGBQgG7JLg57Fx0Mb7wE6O8exCem1OCdvkJhKLFWHaVRrSsdVFL4qFGTAraTDKhdkHS5ZIhTRH7P-P6QX2_1/s1600/IMG_20191223_121813_507.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1600" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3NkG0zHl9wpDQhiai4DMz8kNSTLUPHw0TzuC8tsCPSupgUG0EWQCZGVXDIGBQgG7JLg57Fx0Mb7wE6O8exCem1OCdvkJhKLFWHaVRrSsdVFL4qFGTAraTDKhdkHS5ZIhTRH7P-P6QX2_1/s400/IMG_20191223_121813_507.jpg" width="398" /></a></div>
<br />
Me provoco, só que ainda sou tímido, tenho medo do que possa sair. Quando eu me pus a ter medo? Talvez quando eu me pus a crescer, e quando eu cresci parecia não estar aqui. Sou difícil, nem eu mesmo me entendo, exigir que me compreendam é querer transcender todas as tecnologias, não há quem me desvende.<br />
<br />
Já me abri por inteiro, possam talvez nunca terem me entendido, vivo fora de contexto, de tempo, talvez até fora de mim e infelizmente não consigo deixar de ser eu.<br />
<br />
Falhar comigo é o pior dos erros, ainda não sei errar, muito menos me perdoar. Tateio as paredes em mim, bato, cutuco, acendo e apago luzes, abro janelas e me reviro por inteiro na esperança de encontrar algo que me diga quem eu sou.<br />
<br />
Sem saber eu, que é pouco o que tenho, muito menos ainda o que sou, que para encontrar minha voz e vencer os meus medos, vou precisar continuar tentando.Cristyam Otavianohttp://www.blogger.com/profile/01459010008894720224noreply@blogger.com1